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A Cognição Social e o Problema do Conhecimento

Processo: 15/04051-4
Modalidade de apoio:Bolsas no Brasil - Doutorado
Data de Início da vigência: 01 de janeiro de 2016
Data de Término da vigência: 31 de dezembro de 2017
Área de conhecimento:Ciências Humanas - Filosofia
Pesquisador responsável:Mauricio de Carvalho Ramos
Beneficiário:Hugo Neri Munhoz
Instituição Sede: Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH). Universidade de São Paulo (USP). São Paulo , SP, Brasil
Assunto(s):Epistemologia   Filosofia da mente   Cognição social
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:Cérebro Social | Cognição Social | Epistemologia | Filosofia da Mente | neurônios espelho | Filosofia da Mente

Resumo

O presente projeto pretende desenvolver uma solução ao problema do conhecimento social. Este é entendido aqui como um conjunto de diferentes entidades com algum fundo semântico, que pretendem dizer algo sobre a realidade material e social e que dependem do compartilhamento de outras pessoas para que existam, tais como como ideias compartilhadas, simbolizações e conceitos. O problema do conhecimento social pode ser analiticamente dividido em dois, o problema de sua natureza e o de sua gênese. Nossa primeira hipótese operacional é que as soluções ao problema da gênese condicionariam (ou mesmo determinariam) as soluções do problema da natureza. O problema da natureza versa sobre a relação entre o conjunto de entidades que compõem o conhecimento social e os objetos da realidade, as outras pessoas e mesmo outras entidades do conhecimento, e as condições para sua mudança e eventual desenvolvimento. Enquanto o problema da gênese versa sobre as condições de possibilidade para a ocorrência de tais entidades do conhecimento, oferecendo, grosso modo, duas possibilidades: explicações individualistas (cognição individual) e explicações coletivistas (cognição social). A primeira implica na aceitação da anterioridade da mente face a um mundo social, que seria um produto construído progressivamente por meio da regulação comunicativa da percepção e cognição de diferentes individualidades. Este ganharia, em algum momento e de algum modo, tal forma objetiva que seria capaz de se impor a tais individualidades. Contrariamente, a solução coletivista assumiria que o mundo social é uma entidade anterior aos indivíduos, e que estes são o produto ou uma possibilidade dele. As entidades que comporiam o conhecimento social seriam propriedades emergentes. Diante disso, este projeto formula duas teses centrais: uma negativa e outra positiva. Na tese negativa há a tentativa de demonstração de que a opção individualista, tomada por diferentes autores em diferentes áreas do conhecimento, como Max Weber, Karl Popper, Noam Chomsky, John Searle e Jerry Fodor, não é capaz de resolver o problema do conhecimento social. Isto devido ao dilema que a cognição individual encaminha, pois ou se aceita um inatismo radical, e com isso determinismos dos mais diferentes tipos, ou se cai em regressões ao infinito. Ainda que a segunda seja plausível, demonstraremos que a estabilidade de suas explicações somente ocorre se for aceito tacitamente pressupostos coletivistas. A tese positiva, por sua vez, constitui a principal parte deste projeto. Como ponto de partida, ela é partidária de posições naturalistas, aceitando especialmente a tese da epistemologia naturalizada do filósofo norte-americano W.V. Quine. Isto cria a exigência de consideração e aceitação de algumas teorias das ciências naturais e sociais. Assim, para a cognição social, partimos do pragmatismo sociobiológico do também norte-americano George H. Mead, o pioneiro dessa tese. Reconstruiremos sua tese do organismo-ambiente e sua própria teoria da ação dos organismo observando como ela leva a um tipo especial de emergentismo, em que em que entidades como significado, objeto conceitual, ideia, inteligência reflexiva e principalmente a mente emergem de ações e processos sociais em sentido amplo. Tentaremos ver como ela pode ser atualizada com teorias mais recentes, como teoria dos Atos-de-Fala (Austin) e Mente Estendida (Clark). No entanto, o principal esforço consiste na averiguação da possibilidade de consistência da fusão entre cognição social e uma concepção das neurociências cognitivas, o cérebro social - em que o desenvolvimento do cérebro (humano) só poderia ocorrer imerso em uma situação social. Desta maneira, reconstruiremos tal ideia a partir dos neurocientistas que as propõem, dando especial atenção a uma das mais recentes descobertas do campo um tipo de neurônio responsável pela imitação nos animais de inteligência superior: os neurônios-espelho.

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Publicações acadêmicas
(Referências obtidas automaticamente das Instituições de Ensino e Pesquisa do Estado de São Paulo)
MUNHOZ, Hugo Neri. As fronteiras do senso comum. 2017. Tese de Doutorado - Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH/SBD) São Paulo.