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Mitos platônicos e seus fundamentos metafísicos

Processo: 21/07394-0
Modalidade de apoio:Bolsas no Brasil - Iniciação Científica
Data de Início da vigência: 01 de dezembro de 2021
Data de Término da vigência: 30 de novembro de 2022
Área de conhecimento:Ciências Humanas - Filosofia - Metafísica
Pesquisador responsável:Roberto Bolzani Filho
Beneficiário:Bruno Fontana Nishiyama Bernardes Ferreira
Instituição Sede: Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH). Universidade de São Paulo (USP). São Paulo , SP, Brasil
Assunto(s):Mitologia   Epistemologia   Platão   Discurso   Análise de conteúdo
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:Diálogos | Discurso | Epistemologia | metafísica | Mito | Platão | Filosofia da Mitologia

Resumo

O projeto busca elucidar a relação existente entre Filosofia e Mito em alguns diálogos platônicos. Talvez, ao longo de toda a História da Filosofia, nunca tenha havido outro filósofo que, como Platão, articulasse essas duas formas de discurso com tanta maestria e criatividade. O fundador da Academia, assim, além de possuir a celebrada alcunha, junto a Sócrates, de fundador da Filosofia, se impõe como referência inevitável no estudo da relação entre a ciência que fundou e o Mito. Mais especificamente, nos perguntamos de que modo o discurso mitológico se insere no âmbito geral da metafísica e da epistemologia platônicas, expostas em diálogos como o Banquete, o Fedro, a República e o Timeu. Para isso, partimos do pressuposto de que Platão dificilmente daria o espaço que dá ao Mito se nele não visse algum valor intrínseco, um meio privilegiado, quiçá insubstituível, para a transmissão de certos conhecimentos. Em suma, nos interessa sobretudo pesquisar os mitos platônicos e seus fundamentos metafísicos. Aliás, não tememos dizer que este seja um dos problemas mais importantes da História da Filosofia; afinal, ele nasce com ela. Isto é, historicamente, o que chamamos de discurso filosófico surge na Grécia Antiga à medida em que se diferencia, pouco a pouco, da cosmovisão mítica que lhe antecede. Os pré-socráticos, por exemplo, parecem ainda ter, ao menos na forma literária, uma proximidade considerável com a poesia mítica. Platão, apesar de já ter se distanciado um pouco mais dessa forma de expressão, ainda escreve seus diálogos com alto teor poético e narra mitos constantemente. De Aristóteles em diante, enfim, o discurso filosófico se especifica com maior intensidade, ganhando cada vez mais independência do discurso mito-poético, ao ponto de chegar a ser visto, na Modernidade, por um filósofo feito Hegel, como sendo oposto ao Mito; e, não à toa, hoje o termo "Mito" é frequentemente tomado por sinônimo de mentira, superstição, e por antônimo de verdade e Ciência. Assim, "Filosofia e Mito" se tornou um tema essencial para a própria Filosofia, na medida em que inexoravelmente ela reflete sobre si mesma, sobre suas origens e seus fundamentos. Mas, uma coisa é a questão histórica do nascimento da Filosofia, outra é o problema intrínseco da relação entre Mito e Filosofia enquanto duas formas de discurso distintas. Apesar de ambos os temas estarem "de facto" conectados, em uma investigação como essa é necessário separá-los "de jure". Pelo primeiro se interessa a História, a Antropologia, ou mesmo a Linguística; pelo segundo, a própria Filosofia, campo que mais propriamente nos diz respeito. É nesse sentido então que o nosso objetivo é entender, a partir de alguns diálogos em específico, qual era a visão platônica a respeito deste último tema. Ou seja, 'investigar o modo pelo qual o fundador da Academia pensava metafísica e epistemologicamente a relação entre o discurso filosófico e o mitológico, inclusive articulando-os a primorosamente em seus diálogos'. (AU)

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