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Alocação de direitos de propriedade e apropriação de valor por stakeholders sob diferentes formas organizacionais

Processo: 21/13168-3
Modalidade de apoio:Bolsas no Brasil - Doutorado
Data de Início da vigência: 01 de agosto de 2022
Data de Término da vigência: 31 de agosto de 2024
Área de conhecimento:Ciências Sociais Aplicadas - Administração - Administração de Empresas
Pesquisador responsável:Sandro Cabral
Beneficiário:Octavio Augusto Darcie de Barros
Instituição Sede: Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper). São Paulo , SP, Brasil
Assunto(s):Estratégia organizacional   Teoria dos stakeholders   Direito de propriedade   Tomada de decisão   Comportamento organizacional   Mundo digital
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:Apropriação de Valor | direitos de propriedade | Estratégia organizacional | formas organizacionais | Stakeholders | Teoria dos Stakeholders | Estratégia Organizacional

Resumo

Há décadas, a literatura em estratégia examina os efeitos de direitos de propriedade sobre o desempenho das organizações (Foss et al., 2021; Klein et al., 2019; Boyd e Solarino, 2016; Hansmann, 2000; Jensen e Meckling, 1976). Enquanto as primeiras contribuições do campo observam como a propriedade afeta a eficiência organizacional (Grossman e Hart, 1986; Hart e Moore, 1990; Ramaswamy, 2001; Hillman e Dalziel, 2003), e os problemas de agência decorrentes da separação entre propriedade e controle (Jensen e Meckling, 1976; Fama e Jensen, 1983; Shleifer e Vishny, 1986; Schulze et al., 2003), trabalhos mais recentes adotam uma perspectiva mais ampla e tentam integrar a presença de stakeholders na análise dos impactos de diferentes estruturas de governança (Foss e Klein, 2018; Barney, 2018; Klein et al., 2019; Klein et al., 2012). No entanto, a discussão sobre como a concentração de direitos nas mãos dos próprios stakeholders pode afetar a tomada de decisão estratégica da organização ainda é restrita, apesar dos esforços integrativos da teoria dos stakeholders (Klein et al., 2012; Donaldson e Preston, 1995) junto à literatura em direitos de propriedade (Foss et al., 2021; Hansmann, 2000; Demsetz e Lehn, 1985) em unir tais perspectivas. Neste estudo, avançamos esta literatura, analisando como diferentes regimes de propriedade afetam as escolhas estratégicas das organizações quanto ao atendimento de demandas de stakeholders. Mais especificamente, comparamos a forma cooperativa com organizações públicas e privadas para entender como o aumento da participação dos stakeholders no processo de tomada de decisão afeta o comportamento organizacional. Argumentamos que, embora os três arranjos compartilhem semelhanças em termos de estrutura de governança, existem diferenças substanciais na alocação de direitos de propriedade e controle (Foss e Klein, 2018), de uma forma que afeta tanto custo, quanto decisões estratégicas da organização (Hansmann, 2000). Por exemplo, em cooperativas, os direitos de propriedade estão nas mãos de proprietários-stakeholders altamente homogêneos em termos de preferências, focados especificamente na maximização do valor social da empresa, mas que geralmente carecem de habilidades de monitoramento e competências de propriedade (Foss et al., 2021). A combinação do aumento dos direitos residuais de controle com a homogeneidade de interesses permite que a cooperativa seja mais prolífica no atendimento às demandas dos stakeholders do que os demais arranjos organizacionais, ainda que às custas de eficiência operacional. Testamos nossas hipóteses no contexto de digitalização do setor de crédito brasileiro, comparando como diferentes formas de propriedade, a saber, cooperativas, bancos privados e bancos públicos, se comportam estrategicamente em busca de atender às demandas de seus stakeholders. Nos beneficiamos de um choque exógeno promovido pelo Banco Central do Brasil (Bacen), por meio da introdução de uma instrução normativa que regulamentou a criação de contas eletrônicas de clientes por instituições financeiras (Resolução nº 4.480, de 25 de abril de 2016), para comparar seus efeitos sobre os três tipos de organização mencionados acima, esperando que a propriedade concentrada nas mãos dos stakeholders desempenhe um papel importante na determinação do ritmo da transição para o mundo digital. Para nossos testes, pretendemos adotar um modelo de entrada e saída que observe o comportamento das diferentes formas organizacionais antes e depois do choque de digitalização. Testes de heterogeneidade relativos ao tamanho do município e ao nível de desigualdade local também serão implementados para retratar de forma mais abrangente os efeitos da reforma. Os dados utilizados vêm da ESTBAN, uma base de dados pública disponibilizada pelo Bacen com informações detalhadas sobre agências físicas de cooperativas e bancos distribuídos por todo o país, desde 1988. Dados complementares do IBGE serão incluídos para testes adicionais. (AU)

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