Transição de programas de rastreamento de Câncer oportunísticos para organizados: a experiência do Estado de São Paulo

• Processo: 22/09419-3
• Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Pós-Doutorado
• Data de Início da vigência: 01 de outubro de 2022
• Data de Término da vigência: 30 de setembro de 2025
• Área de conhecimento: Ciências da Saúde - Saúde Coletiva - Saúde Pública
• Pesquisador responsável: Victor Wünsch Filho
• Beneficiário: Carolina Terra de Moraes Luizaga
• Instituição Sede: Fundação Oncocentro de São Paulo (FOSP). Secretaria da Saúde (São Paulo - Estado). São Paulo , SP, Brasil
• Vinculado ao auxílio: 21/11794-4 - Controle do Câncer no estado de São Paulo (ConeCta-SP): do conhecimento à ação, AP.CCD
• Bolsa(s) vinculada(s): 23/07997-2 - Estratégias para implantação do rastreamento organizado do câncer do colo do útero na rede pública de saúde do estado de São Paulo, Brasil, BE.EP.PD
• Assunto(s): Epidemiologia Detecção precoce de câncer Programas de rastreamento Neoplasias mamárias Neoplasias do colo uterino São Paulo
• Palavra(s)-Chave do Pesquisador: Câncer colo do útero | Câncer de mama | Detecção precoce de câncer | programas de rastreamento | Programas organizados de rastreamento | Epidemiologia

Resumo

Rastreamento em câncer consiste na detecção precoce ou de lesões pré-cancerosas em população assintomática e tem como objetivo a redução da mortalidade pela doença. Programas de rastreio podem ser organizados ou oportunísticos. O primeiro modelo é caracterizado por ações centralizadas para convocação da população-alvo de faixas etárias definidas, estratégias sistemáticas de reconvocação, investigação diagnóstica, tratamento e seguimento de indivíduos com exames de rastreio alterados, garantia de qualidade em todas as etapas envolvidas na linha de cuidado e atualização permanente da base de dados resultante deste processo. No modelo oportunístico, exames de rastreio são disponibilizados mediante solicitação do usuário ou casualmente durante visitas de rotina aos serviços de saúde. Programas organizados têm apresentado melhor relação custo-efetividade. Em países de baixa e média renda, serviços de saúde insuficientes e falta de recursos dificultam a implantação de programas de rastreamento como parte das políticas de saúde pública. Uma opção recomendada seria a introdução de programas piloto com cobertura regional antes da ampliação para escala nacional. No contexto brasileiro, programas de rastreamento para o câncer de colo uterino e de mama têm sido conduzidos há muitos anos em caráter oportunístico, entretanto, há evidências de que não atingem os resultados esperados. Em São Paulo, análise de tendência das taxas de mortalidade por câncer de colo uterino mostra decréscimo entre 2000 e 2015, seguida de estabilidade até 2019. Para o câncer de mama, entre 2000 e 2008 observou-se declínio das taxas de mortalidade, seguido de estabilidade até 2015 e posterior elevação até 2019. Tais interrupções nas tendências de queda na mortalidade e elevados percentuais de diagnóstico em estádios avançados (dados de registros hospitalares de câncer) implicam em atenção e celeridade de ações efetivas para controle destas doenças. Em São Paulo, a proposta de estruturar programas de rastreamento organizados para os tumores de colo uterino e de mama busca enfrentar um dos grandes desafios do Sistema Único de Saúde (SUS), onde 61% da população depende exclusivamente do SUS para acesso aos serviços de saúde. Neste contexto insere-se a proposta de pesquisa geral apresentada pelo CCD ConeCta-SP, que será hospedado na Fundação Oncocentro de São Paulo (FOSP), com o objetivo de aplicar métodos efetivos na prevenção e controle do câncer. A proposta desta pesquisa de implementação é estabelecer programas de rastreamento resolutivos no estado de São Paulo. O pós-doutor desenvolverá atividades relacionadas à introdução de programas organizados de rastreamento no estado de São Paulo - subprojetos 1 e 2 do Eixo 1. (AU)