O Amor e o Um: Fidelidade à diferença

• Processo: 24/18761-2
• Modalidade de apoio: Bolsas no Exterior - Estágio de Pesquisa - Mestrado
• Data de Início da vigência: 30 de dezembro de 2024
• Data de Término da vigência: 29 de junho de 2025
• Área de conhecimento: Ciências Humanas - Filosofia
• Pesquisador responsável: Daniel Omar Perez
• Beneficiário: Guilherme Arthur Possagnoli Freitas
• Supervisor: Erika Maria Parlato de Oliveira
• Instituição Sede: Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH). Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Campinas , SP, Brasil
• Instituição Anfitriã: Université Paris Cité, França
• Vinculado à bolsa: 23/00679-5 - Entre a identificação e o amor - Alain Badiou e a possibilidade de um amor para além do narcisismo na psicanálise freudianolacaniana, BP.MS
• Assunto(s): Amor Jacques Lacan Narcisismo Filosofia da psicanálise
• Palavra(s)-Chave do Pesquisador: Alain Badiou | amor | diferença | fidelidade | Jacques Lacan | Narcisismo | Filosofia da Psicanálise

Resumo

Trata-se de um projeto que visa concorrer a uma bolsa de estágio de pesquisa no exterior (BEPE) a ser realizado na Université Paris Cité. O objetivo principal do projeto de pesquisa em andamento no mestrado, ao qual esse projeto em particular circunscreve-se, é esboçar os fundamentos formais de um amor para além do narcisismo; para isso, recorreremos em particular às contribuições de Alain Badiou e Jacques Lacan. O objetivo específico desta ramificação do projeto principal é investigar como o conceito de fidelidade proposto por Badiou, dividido em fidelidade estatal/espontaneísta, fidelidade dogmática e fidelidade genérica pode operacionalizar uma ligação a um acontecimento amoroso no sujeito que permita romper com os referenciais simbólico imaginários que sustentam o sujeito e seu parceiro amoroso no campo da idealização. Campo inaugurado por Freud e aprofundado por Lacan das relações entre o Eu ideal e o Ideal do Eu e suas incidências no campo do narcisismo. A fidelidade é a condição para que um acontecimento seja possível, ou seja, é somente a partir do estabelecimento de uma relação de fidelidade com um acontecimento, que é possível recolher os efeitos desse acontecimento, a saber, sua nomeação, sua defesa pelo sujeito e a investigação em torno do impacto que esse acontecimento terá sobre a rede de saberes pré-estabelecidas pelo sujeito. Interessa-nos pensar (i) como o encontro amoroso pode subtrair-se do campo da repetição e da reinscrição dos referenciais ideais já marcados no sujeito falante, e (ii) como, a partir da sustentação da contingência do encontro amoroso, é possível produzir uma relação de fidelidade com esse acontecimento. Paralelamente, essa mesma investigação é o que nos permitirá fazer (iii) a transposição para o amor analítico, a saber, como esse se sustenta para além das tramas da idealização, ou seja, como é possível formalizar, a partir das contribuições de Badiou, uma relação de fidelidade com o que emerge de uma relação sustentada com o paradoxal objeto a, objeto que ocupa a posição de semblante dentro do discurso analítico, demarcando a posição do analista. Discurso que longe de se comportar como um referencial aos ideais, que seriam a base do amor narcísico, oferece a particularidade do objeto pequeno a, objeto que resiste às tentativas unificantes dos ideais.