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ELOGIO À AULA - experiência, fruição e estesia na formação de professores de Arte

Processo: 24/14532-9
Modalidade de apoio:Bolsas no Exterior - Pesquisa
Data de Início da vigência: 12 de março de 2025
Data de Término da vigência: 11 de setembro de 2025
Área de conhecimento:Linguística, Letras e Artes - Artes - Educação Artística
Pesquisador responsável:Veronica Goncalves Veloso
Beneficiário:Veronica Goncalves Veloso
Pesquisador Anfitrião: Christophe Triau
Instituição Sede: Escola de Comunicações e Artes (ECA). Universidade de São Paulo (USP). São Paulo , SP, Brasil
Instituição Anfitriã: Université Paris Ouest Nanterre La Défense (Paris 10), França  
Assunto(s):Educação escolar básica   Filosofia da educação   Formação de professores
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:educação estética | Escola Básica | Filosofia da Educação | formação de professores | Pedagogia das Artes Cênicas | Procedimentos de criação | Pedagogia das Artes Cênicas

Resumo

A escola pública brasileira é marcada pela fragilidade. Há um questionamento recorrente da escola, um descrédito por parte da população, uma desvalorização da figura do professor e um esvaziamento de sua forma originária (tempo livre da produção, segundo a noção de skholé). Talvez como reflexo desse processo, nos últimos 20 anos foram poucas as dissertações e teses defendidas na linha de pesquisa Educação e Artes Cênicas da USP que se dedicaram ao ensino das artes na escola básica, especificamente enfrentando as dificuldades e ambivalências do ensino público brasileiro. Diante da urgência de tais questões, este projeto busca alternativas para a formação de professores de arte dispostos a reimaginar a escola, a refletir sobre o estado atual da arte e a investigar em que medida a experiência artística pode sensibilizar crianças e adolescentes para lidar com questões pungentes da escola e do mundo. Propor um elogio à aula é um modo de legitimar a aula de arte como território privilegiado para o agenciamento do tempo e do espaço fora dos ciclos utilitários de produção. Nessa perspectiva, a pergunta que se formula é: quais modos de operar da arte contemporânea podem inspirar percursos pedagógicos que convoquem à participação dos alunos, e, consequentemente, colaborem para sua educação estética? Considerando a experiência artística como transformadora (Larrosa, 2014), marcante na constituição da subjetividade das pessoas, busca-se organizar uma série de inventários destinados à formação inicial e continuada de professores, pautada na arte contemporânea e visando uma educação estética ampla (Kerlan, 2015).O escopo teórico da presente pesquisa se insere na Filosofia da Educação, tendo a defesa da escola de Jan Masschelein e Maarten Simons; o elogio da escola e do professor, de Jorge Larrosa; a noção de igualdade de inteligências e o sentido primeiro do termo escola (a skholé grega), de Jacques Rancière, como princípios norteadores. As contribuições de Alain Kerlan sobre educação estética e emancipação e os estudos sobre teoria e estética do teatro, de Christophe Triau, supervisor desse projeto, orientam essa pesquisa para a França. De modo complementar, os diálogos com Triau e Kerlan sustentam a presente investigação, oferecendo pistas para a análise do estatuto do espectador contemporâneo (sujeito com autonomia suficiente para fazer escolhas e, em alguma medida, ser "formado" ou "iniciado" no contexto escolar) e para a invenção de percursos pedagógicos pautados na experiência, na fruição e na estesia (essa capacidade de perceber sensações e belezas da vida). O que se pretende com essas trocas é definir os princípios para um projeto de formação docente inicial e/ou continuada na área de Arte que invista sobretudo na formação de cidadãos espectadores (Desgranges, 2012; Neveux, 2007) e, em termos de educação estética, na formação de pessoas sensíveis, críticas e disponíveis para ler o mundo e as diversas situações (também estéticas) da vida cotidiana. Do ponto de vista metodológico, valendo-me da noção de cartografia (Deleuze, Guattari, 1995),organizarei uma série de inventários de práticas e reflexões pedagógicas destinados à formação docente, aos quais nomearei de elogios, tendo como inspiração os estudos de Larrosa. Cada elogio será composto de uma série de procedimentos de criação que convoquem a participação dos alunos, de enunciados para a composição de programas de aula, da descrição de situações presenciadas em sala de aula, em caminhadas pelo entorno da escola ou ainda referendadas por obras artísticas tomadas como material de referência. Dentre os elogios figuram: o elogio ao olhar, ao caminhar, à pausa e ao descanso, tendo margem para que outros elogios emerjam. Espero, com esse projeto, poder contribuir teórica e praticamente para a formação de professores de Arte que defendam a sala de aula como território legítimo da experiência artística e que, de alguma forma, colaborem para a reimaginação da escola.

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