O destino da teoria da intuição categorial de Husserl

• Processo: 24/06142-6
• Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Pós-Doutorado
• Data de Início da vigência: 01 de março de 2025
• Data de Término da vigência: 29 de fevereiro de 2028
• Área de conhecimento: Ciências Humanas - Filosofia - História da Filosofia
• Pesquisador responsável: Luiz Damon Santos Moutinho
• Beneficiário: Daniel Peluso Guilhermino
• Instituição Sede: Centro de Educação e Ciências Humanas (CECH). Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR). São Carlos , SP, Brasil
• Assunto(s): Fenomenologia Linguagem Pensamento Percepção
• Palavra(s)-Chave do Pesquisador: fenomenologia | Husserl | intuição categorial | Linguagem | pensamento | percepção | Fenomenologia

Resumo

O presente projeto tem por objetivo analisar o desenvolvimento da teoria da intuição categorial de Edmund Husserl. Essa teoria pretende explicitar como um mundo estruturado e categorialmente articulado pode ser percebido. Com ela, Husserl reconfigura a separação entre sensibilidade e entendimento como uma distinção entre níveis de atos: o ato categorial de segunda ordem seria fundado no ato sensível de primeira ordem. Esse esquema exige a correta distinção entre o conteúdo categorial e sensível. A descrição dessa distinção, todavia, só é diretamente realizada nas Investigações lógicas, e o que é ali apresentado é posteriormente recusado como "psicologista". Isso suscita uma questão crucial: qual solução teórica a fenomenologia posterior às Investigações apresenta para dar conta da correta distinção entre conteúdo sensível e categorial e a consequente descrição deste último? Nossa hipótese é que se a teoria da intuição categorial se pretende consistente, então as investigações subsequentes às Investigações lógicas devem apresentar uma resposta suficiente para a questão do conteúdo intuitivo categorial. A consistência da teoria, por sua vez, é exigida pela própria reivindicação da fenomenologia de ser filosofia rigorosa, uma vez que seu sustentáculo científico se ancora fundamentalmente na possibilidade da intuição categorial de essências. Por isso, pretendemos rastrear, nos textos subsequentes de Husserl, uma solução implícita, mas consistente, para o problema do conteúdo categorial. Essa solução será buscada nos textos em que Husserl desenvolve sua fenomenologia genética, especialmente nas análises sobre sínteses passivas e sobre consciência do tempo. Nossa hipótese, portanto, é a de que a consistência da teoria da intuição categorial exige uma ampliação do quadro conceitual da fenomenologia estática das Investigações lógicas. Pretende-se, ao fim, apresentar uma exposição consistente da teoria à luz do horizonte conceitual aberto pela fenomenologia genética.