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Dialética e dialeteísmo. Além dos limites da verdade e da falsidade.

Processo: 25/13687-1
Modalidade de apoio:Bolsas no Exterior - Pesquisa
Data de Início da vigência: 02 de setembro de 2025
Data de Término da vigência: 01 de setembro de 2026
Área de conhecimento:Ciências Humanas - Filosofia - Metafísica
Pesquisador responsável:Michela Bordignon
Beneficiário:Michela Bordignon
Pesquisador Anfitrião: Luca Illetterati
Instituição Sede: Centro de Ciências Naturais e Humanas (CCNH). Universidade Federal do ABC (UFABC). Ministério da Educação (Brasil). Santo André , SP, Brasil
Instituição Anfitriã: Università degli Studi di Padova, Itália  
Assunto(s):Georg Wilhelm Friedrich Hegel
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:Contradiction | Dialectic | Dialetheism | Hegel | logic | Priest | Lógica e metafísica

Resumo

O objetivo do projeto é investigar as relações entre as teses de Hegel e Priest sobre a verdade da contradição. A tese de Priest é o dialeteísmo, ou seja, a visão de que existem contradições verdadeiras. Priest é o mais importante defensor da tese dialeteísta. Em "In Contradiction", livro que publicou em 1987, ele se refere explicitamente a Hegel como o mais importante antecedente do dialeteísmo na história da filosofia: "a principal afirmação deste livro é que Hegel estava certo: nossos conceitos, ou pelo menos alguns deles, são inconsistentes" (Priest (2006), "In Contradiction, A Study of the Transconsistent", Haia: M. Nijhoff, p. 4). Na doutrina da essência, Hegel afirma que "todas as coisas são em si mesmas contraditórias",e precisamente no sentido de que essa proposição, frente às demais, exprime, antes, a verdade e a essência das coisas" (Hegel (2017), Ciência da Lógica, Petrópolis, RJ: Vozes, p. 439). Neste projeto, analisarei em que sentido Hegel e Priest defendem a verdade da contradição e por que ambos lançam dúvidas sobre a validade universal e necessária do princípio da não contradição (PNC). Também esclarecerei que a visão não convencional de cada um deles sobre a noção de contradição não é exatamente a mesma. O valor da contradição na dialética de Hegel é relevantemente diferente do valor das contradições verdadeiras no dialeteísmo. Essa diferença implica uma divergência crucial na importância explicativa que a contradição assume nas duas lógicas. Portanto, estruturarei a pesquisa da seguinte forma: a) A parte introdutória consistirá em uma investigação das diferentes definições da noção de contradição e das formulações do PNC que elas implicam. b) Na primeira etapa, explicarei como Hegel e Priest questionam a validade do PNC e como desenvolvem sua concepção específica da noção de contradição, cujo valor é crítico, mas também positivo e relacionado à noção de verdade. c) Na segunda etapa, explicarei a diferença entre a visão não convencional sobre a contradição no pensamento maduro de Hegel e no dialeteísmo de Priest, focando em sua consideração do princípio da bivalência. d) O terceiro passo visará testar a seguinte hipótese: a dialética de Hegel pode ser apenas parcialmente associada ao dialeteísmo de Priest: embora tenhamos boas razões para afirmar que a noção de contradição de Hegel corresponde à definição lógica des contradição e que essa contradição deve ser verdadeira, a tese de Hegel sobre a contradição diverge do dialeteísmo de Priest porque ele não está comprometido com uma concepção dialeteísta de verdade; em vez disso, a Hegel pode-se atribuir o que definirei como uma concepção desenvolvimentista da verdade. e) No quarto passo, explicitarei as implicações das conclusões do ponto 3 a respeito da noção específica de verdade de Hegel e Priest em suas explicações das contradições metafísicas. f) O quinto passo se concentrará na divergência entre Hegel e Priest quanto à concepção não convencional de verdade. Essa divergência será demonstrada como dependente da diferente concepção de negação que os dois autores endossam. Enquanto a explicação de Priest se baseia na negação clássica, a negação determinada de Hegel tem um caráter autorreferencial que está na base da natureza autocontraditória das determinações lógicas.g) Na sexta etapa, considerarei por que tanto Hegel quanto Priest precisam salvar uma determinada versão do PNC. Identificarei as duas versões diferentes do princípio que eles precisam salvar e mostrarei as diferentes maneiras pelas quais Hegel e Priest argumentam em favor de uma concepção não contraditória da verdade da contradição. (AU)

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