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A relação entre o para-si e o para-outro no plano ontológico e a possibilidade de uma contribuição dessa relação para a constituição do homem na filosofia de Jean Paul Sartre

Processo: 10/06843-1
Modalidade de apoio:Bolsas no Brasil - Iniciação Científica
Data de Início da vigência: 01 de junho de 2010
Data de Término da vigência: 31 de maio de 2011
Área de conhecimento:Ciências Humanas - Filosofia - História da Filosofia
Pesquisador responsável:Alexandre de Oliveira Torres Carrasco
Beneficiário:Flavia Milene Ribeiro da Silva
Instituição Sede: Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (EFLCH). Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Campus Guarulhos. Guarulhos , SP, Brasil
Assunto(s):Ser   Fenomenologia (filosofia)   Consciência (filosofia)   Essência   Ontologia (filosofia)
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:consciênca | em-si | fenomenologia | ontologia | para-outro | para-si | Filosofia da consciência

Resumo

Pretendo pesquisar a relação entre o Para-si e o Para-outro no plano ontológico e a possibilidade de uma contribuição dessa relação para a constituição do "homem" na filosofia sartreana por três razões: em primeiro lugar porque a nossa essência é posterior a nossa existência, logo, ela é construída ao longo de nossa existência, ou seja, o homem é um Ser inacabado. Em segundo lugar, porque a construção dessa essência não está calcada nos princípios religiosos e menos ainda na presença de Deus, uma vez que, Sartre desenvolve sua filosofia a partir do homem e do mundo, para ele não existe um Ser superior e divino, apensas o homem no mundo. E em terceira e última razão, está no fato da filosofia sartreana ter como base a fenomenologia. O filosofo parte da fenomenologia para pensar o homem, e partir da fenomenologia significa trabalhar com a apreensão de objetos exteriores sobre os quais a nossa consciência apreende como objetos. Quando lidamos com objetos "inanimados", por exemplo: uma mesa, uma árvore, uma caneta, e etc., a questão é de fácil compreensão, porém, da mesma forma que apreendemos esses objetos, nossa consciência também apreende o homem, ou, o outro como objeto e esse outro também nos apreende como objeto, constituindo então uma objetivação do homem. Todavia, esse objeto homem possui uma consciência, não é um objeto "inanimado", está em constante construção de sua essência. É a partir desses fatos que pretendo efetuar minha pesquisa. Para Sartre o problema do "homem" passa pelo problema anterior de compreender o estatuto da consciência, ou seja, a consciência como uma estrutura originária que postula a realidade, na espontaneidade de atividade. A consciência é autárquica e espontânea, e em sua operação nos mantemos nela, isto é, sua atividade se esgota nela mesma, destarte, não há a necessidade de um Eu que coordene e unifica esta atividade, uma vez que o Eu não está na consciência, ele não pertence à sua estrutura originária. O Eu para Sartre está fora, como qualquer objeto transcendente. Entretanto, a consciência espontânea, voltada para o mundo ou para o objeto, não é reduzida ao objeto, o que há é a presença do objeto ou a evidência do objeto à consciência, e logo, temos o Ser enquanto objeto e a consciência como nada, cabendo ao objeto, por um lado, preenchê-la, por outro lado, sendo perpassado por sua atividade. Podemos concluir que a experiência da consciência é absoluta, uma vez que, quando a consciência se põe ela não admite exceções. A partir desse movimento da consciência o mundo é colocado, dessa forma também o homem é colocado, ou seja, o homem se apresenta à consciência como objeto, de maneira que o homem por ele mesmo não consegue ter sua consciência, ou reconhecer sua consciência, senão através do si que remete ao sujeito, indicando uma relação do sujeito consigo mesmo, ou seja, o Ser é identidade, é somente aquilo que é, fechado em si, não estabelece relação consigo mesmo. Essa relação não se dá, pois, existe um nada que separa a consciência de si mesma. Logo, o sujeito não pode ser apreendido como existente real em virtude do movimento absoluto da consciência que esgota-se em si mesma. Dessa forma, aparece-nos o conceito de Em-si que é o Ser, ou tudo que existe exceto a consciência humana, uma vez que a consciência humana é o Para-si, onde temos a relação de si para si. A cada vivência que temos, temos enquanto Para-si, porém só tomamos consciência desse Para-si, quando somos olhados por outro, quando nos colocamos em presença a outra consciência. Dessa forma, o outro, ou Para-outro como é denominado por Sartre é o mediador entre mim e mim mesmo. Surgindo assim a relação entre para-si e para-outro, Neste aspecto, a pesquisa terá como objetivo, assim, estudar a relação de objetivação e a possibilidade de uma contribuição na constituição tanto do Para-si como do Para-outro. (AU)

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