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Imanência

Processo: 97/00488-9
Modalidade de apoio:Bolsas no Brasil - Mestrado
Data de Início da vigência: 01 de junho de 1997
Data de Término da vigência: 31 de maio de 1999
Área de conhecimento:Linguística, Letras e Artes - Artes - Artes Plásticas
Pesquisador responsável:Evandro Carlos Frasca Poyares Jardim
Beneficiário:Ernesto Bonato
Instituição Sede: Escola de Comunicações e Artes (ECA). Universidade de São Paulo (USP). São Paulo , SP, Brasil
Assunto(s):Imagem (artes)   Gravura   Imanência
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:Ambiente | Figura | Gravura | Imanencia

Resumo

O projeto apresentado visava à realização do que denomino Ambientes Imanentes, ou seja, ambientes gerados a partir das qualidades intrínsecas das imagens neles contidas. Estes ambientes abrigariam em seus interiores imagens produzidas fundamentalmente a partir de técnicas de gravura e desenho que, devido as suas qualidades imanentes e a sua organização no espaço, trariam significado a estes lugares, propondo ainda uma interação com o espectador. A dimensão e formato de cada um destes ambientes decorreria da natureza e propósito das imagens criadas para eles e das relações que se queria proporão espectador. Desejava apresentar e discutir na realização do projeto algumas qualidades da Gráfica e da Figura inerentes às imagens que venho produzindo, do ponto de vista de uma construção poética e de sua abrangência no espaço e no tempo presentes. Os ambientes seriam povoados de imagens relacionadas ao mundo dos objetos e do corpo humano. Estas imagens considerariam o espaço circundante, o ambiente no qual estivessem inseridas, reivindicando um lugar, uma casa para elas. Não um lugar qualquer, mas um lugar específico, ou antes, uma relação específica com um dado lugar. As gravuras e os desenhos não seriam imagens isoladas, mas constituiriam um ambiente que se conformaria como tal, adquirindo significado a partir das imagens ali existentes. O suporte da imagem passaria a ser aquele ambiente e não mais a folha de papel. Cada ambiente seria uma célula (ou uma mônada) e, portanto de natureza germinativa, ou seja, sua forma, dimensão e número dependeria de seus processos internos imanentes, vale dizer, das imagens que abrigaria. Tendo em mente a natureza celular dos ambientes sugeridos, estes poderiam subdividir-se em outros ou, ao contrário, poderiam associar-se, formando um corpo maior. Neste gabinete de "imagens-objetos", o limite existente entre a estampa e a parede seria praticamente anulado, garantindo uma relação de proporção entre imagem, espectador e espaço circundante. As imagens estariam dispostas, uma ao lado da outra, na altura dos olhos do espectador e a sala receberia uma iluminação difusa, não focada nas gravuras, de forma que a atenção fosse dirigida ao ambiente como um todo. Este espaço seria dedicado à contemplação, ao descanso, ao tempo suspenso. A realização dos ambientes propostos envolveria a utilização de vários médiuns gráficos, além do desenho, da fotografia e de diversos objetos coletados ou construídos. A escolha de um determinado medium associaria sempre as qualidades imanentes de um certo material (enquanto material que sofre uma determinada ação) às qualidades imanentes da figura a ser produzida. A diversidade de materiais ou técnicas utilizadas, de escala, de lugar, não seriam estabelecidas à priori, mas a partir das necessidades criadas para a manifestação de uma determinada sensação, levando em conta, ademais, a natureza daquilo que estivesse sendo tratado em cada momento. Portanto, o projeto não era fundamentado na pesquisa de técnicas ou de procedimentos, já que estas não eram o objeto, mas sim ferramentas para a construção do trabalho. A gráfica aparecia, no entanto, como força fundante do trabalho, embora fosse pensada de forma bastante ampla. Levando em conta, portanto, a diversidade de procedimentos que deveriam ser utilizados em decorrência da igual diversidade de materiais, havia a indicação de uma operação básica de observar e desenhar em toda realização. Uma segunda operação seria a de agrupar, ou organizar o produto da primeira operação em conjuntos coerentes, que viriam a constituir-se nos próprios ambientes. Entendia também que um projeto desta natureza devia estar inserido no contexto cultural da cidade, onde tivesse visibilidade. Propunha que sua realização ocorresse através de exposições em espaços e instituições culturais durante a duração do projeto de pesquisa. (AU)

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