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Representações sociais de doença mental construídas por profissionais de saúde

Texto completo
Autor(es):
Francielle Xavier Dias
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: Ribeirão Preto.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (PCARP/BC)
Data de defesa:
Membros da banca:
Jose Francisco Miguel Henriques Bairrao; Maria Paula Panuncio Pinto; Luiz Carlos Avelino da Silva
Orientador: Sergio Kodato
Resumo

A loucura teve sua representação elaborada historicamente e significada no contexto científico enquanto doença mental, possibilitando uma semiótica médica do diagnóstico, prognóstico e plano de tratamento. Diante disso, nesta pesquisa colocou-se o discurso sobre a doença mental no centro das investigações sobre os processos de interpretação e subjetivação, de sujeitos profissionais que lidam cotidianamente com o fenômeno. Nesse sentido, este trabalho objetivou investigar as representações sociais de profissionais de um serviço público de saúde mental sobre a doença mental, fundamentada no método de análise das representações sociais, segundo Moscovici (1978, 2004), Jodelet (2005a) e Jovchelovitch (1998). O contexto estudado foi um Centro de Atenção Psicossocial III no município de Ribeirão Preto, Brasil. É sabido que as representações de saúde e doença influenciam os paradigmas envolvidos nas práticas de diagnóstico e tratamento. Os procedimentos de coleta de dados contemplaram a observação participante e, a realização de entrevistas em profundidade, com roteiro temático. A escolha dos sujeitos (n=10) procurou contemplar a heterogeneidade do grupo estudado. As entrevistas foram analisadas de acordo com a técnica da análise de conteúdo (Bardin, 1979) e organizadas em categorias temáticas. Os resultados apontaram que as representações sociais dos profissionais foram construídas através da relação com os pares e a incorporação de novos conhecimentos. A doença mental permaneceu romantizada até o contato profissional com pacientes. A etiologia da doença mais aceita pelos profissionais foi a interacionista biopsicossocial. O discurso destes se diferencia dos leigos quanto às causas e melhores formas de tratamento, sendo que estas são idealizadas. As representações sociais dos profissionais compreendem a doença mental como algo imprevisível, incapacitante e permanente, sendo objetivada na imagem do deficiente como incapaz. Observou-se também que o paradigma psicossocial alimenta o discurso dos profissionais de saúde, mas ainda é um desafio para estes na prática. (AU)

Processo FAPESP: 14/12341-0 - Representações sociais de doença mental construídas por profissionais da saúde
Beneficiário:Francielle Xavier Dias
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado