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Utilização da folga organizacional para o alcance dos objetivos financeiros e não financeiros de uma empresa familiar

Texto completo
Autor(es):
Franciele Beck
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: São Paulo.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA/SBD)
Data de defesa:
Membros da banca:
Fabio Frezatti; Andson Braga de Aguiar; Carlos Eduardo Facin Lavarda; Claudio de Araújo Wanderley
Orientador: Fabio Frezatti
Resumo

Esta tese investigou como a prática da folga organizacional auxilia no alcance dos objetivos financeiros e não financeiros de uma empresa familiar privada. A folga organizacional foi definida na pesquisa como a disponibilidade de recursos a um nível mais elevado do que o estritamente necessário para a operação da organização (Cyert & March, 1963; Onsi, 1973 Danneels, 2008), decorrente das experiências passadas e expectativas futuras dos sujeitos que precisam tomar decisões em determinado contexto social (Nazarova, 2014). As particularidades da empresa familiar compreenderam a essência e a importância da riqueza socioemocional da família nesse tipo de organização; sumarizadas em termos da necessidade de exercer influência e controle na gestão da empresa, envolvimento direto nas decisões estratégicas e operacionais da organização e intenção de continuidade do negócio sob o controle da família (Chua et al., 1999; Gomez-Mejia Haynes, Núñez-Nickel, Jacobson & Moyano-Fuentes, 2007; Berrone, Cruz & Gomez-Mejia, 2012; Chrisman, Chua, Pearson, & Barnett, 2012). Desenvolveu-se uma pesquisa qualitativa, sob abordagem interpretativista, por meio da condução de um estudo de caso. A empresa selecionada possui 36 anos de história, está na segunda geração da família e contempla uma estrutura, porte e complexidade demandados para a investigação da folga organizacional. Os dados da pesquisa são provenientes de 35 entrevistas, documentos disponibilizados pela organização, bem como de notas de campo provenientes da observação de estruturas, procedimentos e comportamentos durante os seis meses de contato com o campo. Utilizou-se a técnica de análise do discurso para realizar a descrição e explicação do fenômeno investigado por meio do (i) entendimento do que permeia a organização, (ii) o recorte de fragmentos de diferentes sujeitos, momentos e situações que retratam o fenômeno investigado e (iii) a discussão dos achados com base nas inferências da pesquisa e literatura anterior. O estudo permitiu o entendimento de que a folga organizacional não representa necessariamente um comportamento disfuncional dos sujeitos, ou um problema em termos de desempenho na organização. Pelo contrário, a prática, dentro dos limites considerados aceitáveis pela família proprietária da empresa, é vista como uma alternativa em decisões com alto nível de insegurança ou incerteza, além de estratégica no sentido de preparar e estruturar a organização para o longo prazo. Dentre as contribuições da pesquisa, destacam-se as discussões sobre (i) a perspectiva positiva da folga organizacional, (ii) a autoridade da família na empresa que legitima a prática da folga e define suas delimitações, (iii) a inquietação na organização está na intensidade, na natureza dos recursos, no momento e na forma com que a folga é praticada, e não em sua existência ou não no modelo de gestão, (iv) o reconhecimento da importância de se tratar o tema da folga sob uma perspectiva holística do sistema de controle gerencial, e (v) o benefício de um olhar temporal mais alongado do modelo de gestão que valoriza, além dos aspectos financeiros, o envolvimento emocional e afetivo dos membros da família e dos funcionários em relação à organização. (AU)

Processo FAPESP: 15/12449-8 - Papel da folga organizacional no alcance dos objetivos de uma empresa familiar
Beneficiário:Franciele Beck
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado