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O patrimônio mundial natural e a produção de destinos turísticos no Brasil: Parque Nacional do Iguaçu (PR)

Texto completo
Autor(es):
Fernanda Lodi Trevisan
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Geociências
Data de defesa:
Membros da banca:
Maria Tereza Duarte Paes; Wagner Costa Ribeiro; Silvia Helena Zanirato; Claudia Feierabend Baeta Leal; Lúcia da Costa Ferreira
Orientador: Maria Tereza Duarte Paes
Resumo

Esta tese investiga a relação entre a patrimonialização da natureza e sua valorização turística. As mudanças de atitude para com a natureza ¿ em função da expansão do meio técnico científico informacional ¿ contribuíram para a valorização das áreas naturais no que diz respeito à prática da visitação turística, bem como resultaram na criação de instrumentos protetivos, ainda no século XIX, no campo ambiental e no cultural. As áreas protegidas são entendidas como territórios, pois são recortes políticos e administrativos regulamentados por um instrumento oficial do poder público e com um regime particular de gestão. Ao mesmo tempo, tais áreas são território usado, pois não deixam de ter uso e função específica para a sociedade. No campo cultural, a Convenção do Patrimônio Mundial é um dos instrumentos que permitem a patrimonialização da natureza ao reconhecer um sítio, uma paisagem ou um monumento natural como patrimônio da humanidade. No campo ambiental, a criação de UC é o instrumento por excelência de proteção da natureza. Esses dois campos protetivos e duas esferas institucionais, internacional e nacional, convergem no recorte espacial desta tese: o Parque Nacional do Iguaçu, criado pelo governo brasileiro em 1939 e reconhecido como patrimônio da humanidade em 1986. Partiu-se da hipótese de que as recomendações da Unesco influenciaram a organização territorial do Parque e o modelo de visitação adotado atualmente, responsável pela transformação do Parque em um megaempreendimento turístico. O Parque do Iguaçu é o segundo mais visitado no Brasil e seu principal atrativo são as paisagens formadas pelas cataratas do rio Iguaçu. Esse Parque foi o pioneiro em ter delegado os serviços turísticos às empresas privadas, por meio de concessões, ainda na década de 1990. Como resultados desta pesquisa, aponta-se a relevância das recomendações da Unesco, porém, sua influência é restrita para o contexto geral da visitação turística do Parque. Destaca-se que outros elementos, tais como as políticas nacionais voltadas para as UCs e para o turismo, foram predominantes para a configuração territorial turística do Parque e para o modelo de visitação atualmente adotado, chamado aqui de visitação turística comercial, caracterizado, sobretudo, pela comercialização de serviços turísticos e pelo maior controle sobre os visitantes. O turismo de natureza é apresentado como a oportunidade de promover o desenvolvimento sustentável, já que propõe conciliar a conservação da área protegida com a dinamização da economia local e a criação de empregos. A geração de receitas, por meio do turismo de natureza, é uma das principais justificativas para a defesa de tais territórios protegidos. Para promover o turismo de natureza tem-se priorizado a delegação da gestão turística às empresas privadas, sob a alegação de que tais atividades fogem às atividades fins dos órgãos ambientais. Como metodologia de pesquisa foi realizada revisão bibliográfica; pesquisa documental em arquivos da Unesco, do Iphan e do ICMBio; e trabalhos de campo para observação direta, registro fotográfico e entrevistas semiestruturadas com funcionários do ICMBio e das empresas concessionárias (AU)

Processo FAPESP: 14/12912-7 - Patrimônio mundial natural na produção de destinos turísticos no Brasil: um olhar sobre o Parque Nacional do Iguaçu (PR)
Beneficiário:Fernanda Lodi Trevisan
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado