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A dimensão infraestrutural da paisagem: uma estratégia para a \crise hídrica\ da Grande São Paulo

Texto completo
Autor(es):
Ramón Stock Bonzi
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: São Paulo.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU/SBI)
Data de defesa:
Membros da banca:
Paulo Renato Mesquita Pellegrino; Maria de Assunçao Ribeiro Franco; Pedro Caetano Sanches Mancuso; José Guilherme Schützer; Luciana Rodrigues Fagnoni Costa Travassos
Orientador: Paulo Renato Mesquita Pellegrino
Resumo

A \"crise hídrica\" que acometeu a Grande São Paulo entre 2014 e 2015 foi amplamente debatida, sobretudo no que tange a gestão do sistema de abastecimento de água e a influência de anomalias climáticas. No entanto, há um aspecto que foi negligenciado: o projeto desta infraestrutura urbana. A presente pesquisa parte da premissa de que a \"crise hídrica\" também se deve à inadequação do modelo de urbanização hegemônica que historicamente desconsiderou a base natural da cidade e capitulou o planejamento urbano em nome da engenharia de infraestruturas quase sempre de grande escala, centralizada, monofuncional e projetada para resistir às forças da natureza, raramente tomando partido delas. O objetivo principal deste trabalho é avaliar o atual sistema de abastecimento de água metropolitano sob o paradigma da Infraestrutura Verde a fim de verificar um conjunto encadeado de três hipóteses: a \"crise hídrica\" é melhor compreendida como colapso hidrológico causado pela urbanização; o próprio projeto do sistema de abastecimento metropolitano contribuiu para a ocorrência do episódio de 2014-2015; soluções baseadas na paisagem são capazes de trazer melhoramentos significativos para o sistema de abastecimento metropolitano. Para tanto, produziuse um arcabouço teórico que demonstra que a paisagem possui uma dimensão infraestrutural fundamental para a sobrevivência e prosperidade dos assentamentos humanos e são apresentadas renomadas práticas internacionais que preparam cidades e infraestruturas urbanas para as mudanças climáticas. Em seguida é analisada a urbanização de São Paulo frente à sua base biogeofísica e descritos cada subsistema de abastecimento (Cantareira, Alto Tietê, Guarapiranga, Cotia, Rio Claro, Rio Grande, Ribeirão da Estiva, Capivari e São Lourenço) a partir da delimitação e caracterização das respectivas bacias hidrográficas tributárias. Na parte final da pesquisa são apontadas as fragilidades do sistema de abastecimento de água atual e propostas diretrizes para o seu melhoramento. Adotando a 7 compartimentação do relevo como método para a espacialização das tipologias paisagísticas da Infraestrutura Verde, conforme adaptação que Bonzi fez do Zoneamento Ambiental desenvolvido por Schutzer a partir da clássica análise geomorfológica tripartite de Ab\'Saber, as diretrizes propostas são testadas em quatro situações espaciais típicas (rural, periurbano, urbanização precária e área densamente povoada). Conclui-se que a paisagem é uma chave analítica que permite entender a inadequação do atual sistema de abastecimento e da urbanização paulistana. Ademais, soluções baseadas no entendimento de que a paisagem pode desempenhar funções infraestruturais, como preconiza a Infraestrutura Verde, permitem maior harmonização entre a ocupação humana e os processos naturais da base natural em que se assenta, colaborando assim para a reversão do colapso hidrológico urbano e para o melhoramento do sistema de abastecimento de água metropolitano. (AU)

Processo FAPESP: 16/08656-0 - A dimensão infraestrutural da paisagem: uma estratégia para a crise hídrica da Grande São Paulo
Beneficiário:Ramón Stock Bonzi
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado