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Diversidade fenotípica nas respostas biológicas e comportamentais de isolinhagens de Myzus persicae (Sulzer, 1776) (Hemiptera: Aphididae) a Diaeretiella rapae (M\'Intosh, 1855) (Hymenoptera: Braconidae)

Texto completo
Autor(es):
Mariane Possignolo Gomes
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: Piracicaba.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALA/BC)
Data de defesa:
Membros da banca:
Fernando Luis Consoli; Celso Omoto; Guilherme Duarte Rossi; Marcus Vinicius Sampaio
Orientador: Fernando Luis Consoli
Resumo

Interações ecológicas são onipresentes e ocorrem entre todos os organismos, macro ou microrganismos. Na relação inseto-inseto, parasitoides são os principais entomofagos e são explorados em programas de controle biológico de diferentes insetos de importância agrícola. A compreensão da interação hospedeiro-parasitoide é essencial para o desenvolvimento de pesquisas aplicadas para a implantação de programas bem-sucedidos de controle biológico em campo. A relação estabelecida entre hospedeiro e parasitoide é resultado de processos coevolutivos, nos quais fenótipos de parasitoides com habilidades de ataque foram selecionados em resposta às adaptações de defesa do hospedeiro. Em contraste, mecanismos de defesa desenvolvidos para driblar estratégias de ataque de parasitoides, envolvendo adaptações comportamentais e fisiológicas foram selecionadas na população hospedeira. A evolução de mecanismos de defesa desenvolvidos pelo hospedeiro pode resultar em custos biológicos, refletidos na fecundidade ou tamanho do inseto, influenciando, assim, a aptidão biológica do hospedeiro. Com o objetivo de identificar a diversidade fenotípica nas respostas biológicas e comportamentais apresentadas por hospedeiros ao ataque por inimigos naturais, investigamos a interação hospedeiro Myzus persicae - parasitoide Diaeretiella rapae usando isolinhagens de M. persicae com diferentes respostas ao ataque do parasitoide. O sucesso do parasitismo observado de M. persicae por D. rapae variou entre 43% e 76% nas 14 isolinhagens testadas, das quais foram selecionadas três isolinhagens do primeiro (maior parasitismo) e do quarto (menor parasitismo) quartis para avaliação de parâmetros biológicos e comportamentais. Os parâmetros biológicos avaliados demonstraram diferenças significativas entre isolinhagens de M. persicae com diferentes respostas ao parasitismo, mas sem a associação uniforme de custo à capacidade de resposta ao parasitismo, para as diferentes isolinhagens estudadas. A associação de M. persicae com o simbionte secundário normalmente relatados a pulgões, Rickettsia, sugerem que esses organismos podem não afetar diretamente a capacidade do pulgão em responder ao parasitoide D. rapae, mas linhagens infectadas apresentaram maior capacidade reprodutiva. Rickettsia também demonstrou influenciar o comportamento de defesa das isolinhagens testadas, com as fêmeas de pulgões infectadas apresentando maior frequência de agitação do corpo do que linhagens não-infectadas. Infecção do hospedeiro por Rickettsia também interferiu no comportamento de seleção hospedeira dos parasitoides, que atacaram com maior frequência as isolinhagens livres do simbionte secundário, bem como pulgões do grupo de menor parasitismo. A presença de comportamento de defesa, representado por movimentos do corpo mais intensos no grupo de menor parasitismo, pode justificar o maior número de ataques necessários para parasitá-los, enquanto que o menor número de ataques pelo parasitoide em pulgões infectados por Rickettsia, mesmo que eles tenham apresentado comportamento de defesa semelhante ao do grupo de menor parasitismo, sugere que esse simbionte pode ter induzido outras alterações nos pulgões que interferiram no processo de seleção hospedeira do parasitoide, indicando a necessidade de estudos fisiológicos para entender os fatores envolvidos no parasitismo observado nas isolinhagens selecionadas de M. persicae. (AU)

Processo FAPESP: 19/06876-1 - Mecanismos moleculares e comportamentais associados à suscetibilidade diferencial de linhagens clonais de Myzus persicae (Sulz.) (Hemiptera: Aphididae) ao parasitismo por Aphelinus asychis (Walker) (Hymenoptera: Aphelinidae)
Beneficiário:Mariane Possignolo Gomes
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado