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Estudo citogenetico e da ultra-estrutura dos espermatozoides de especies da subfamilia Hylodinae (Leptodactylidae) e da familia Dendrobatidae (Amphibia, Anura)

Texto completo
Autor(es):
Odair Aguiar Junior
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Biologia
Data de defesa:
Membros da banca:
Shirlei Maria Recco Pimentel; Irani Quagio Grassiotto; Sanae Kasahara; Ariovaldo Antonio Giaretta
Orientador: Sônia Nair Báo; Shirlei Maria Recco Pimentel
Resumo

As relações de parentesco da família Dendrobatidae ainda são pouco esclarecidas. Alguns autores consideram uma maior afinidade com anuros da linhagem Ranoidea ou ainda, dentro desta, especificamente com ranídeos africanos relacionados ao gênero Petropedetes. Alternativamente, supostas relações com leptodactilídeos da subfamília Hylodinae (Bufonoidea) também têm sido aventadas. Nesta tese, espécies de Hylodinae e Dendrobatidae foram estudadas através da análise cariotípica, incluindo métodos de bandamento cromossômico, e análise da ultra-estrutura dos espermatozóides. O objetivo do presente trabalho foi buscar dados adicionais que pudessem ser utilizados na avaliação das relações entre esses grupos. Os cariótipos de quatro espécies do gênero Epipedobates (Dendrobatidae) (E. jlavopictus, E. trivittatus, E. femoralis e E. hahneli) e sete espécies representantes dos três gêneros de Hylodinae (Hylodes phyllodes, H asper, Crossodactylus sp. n., C. cf. caramaschi, Megaelosia massarti, M boticariana e M lutzae), foram analisados por métodos de coloração convencional, bandamento C e localização das regiões organizadoras de nucléolos (NORs). A análise da ultra-estrutura dos espermatozóides se concentrou nas quatro espécies de Epipedobates e em Hylodes phyllodes, Crossodactylus sp. n. e Megaelosia massarti. Os dados citogenéticos mostraram constância no número diplóide de cromossomos na espécies de Epipedobates (2n = 24), embora considerável variação tenha sido encontrada na morfologia cromossômica, na quantidade e distribuição da heterocromatina constitutiva e na localização das NORs. Para os hilodíneos, o número diplóide se mostrou constante para Hylodes e Crossodactylus (2n = 26), mas bastante variável para Megaelosia (2n = 28, 30 e 32). Crossodactylus mostrou-se o mais conservado em relação ao padrão de banda C, localização das NORs e morfologia cromossômica, enquanto em Hylodes, embora a localização das NORs tenha se ma ntido constante para as duas espécies, variações na banda C e na morfologia cromossômica foram encontradas. Já nas espécies de Megaelosia, todos esses parâmetros mostraram-se variáveis. Na análise ultra-estrutural, Epipedobates femoralis se destacou dentro do gênero por apresentar espermatozóide biflagelado. Nas demais espécies, a presença singular de mitocôndrias no interior da membrana ondulante também as diferenciou de E. femoralis. Em Hylodinae apesar de uma grande semelhança nos espermatozóides, Crossodactylus sp. n. mostrou-se mais parecido com outros leptodactilideos e com a maioria dos demais bufonóideos, enquanto M massarti e H phyllodes compartilharam um formato singular das fibras axial e juxta-axonemal (aqui denominado '"taco de baseball"). Os resultados ajudaram mais na resolução de alguns aspectos inter e intra-genéricos dentro de cada grupo, do que na verificação das relações de parentesco entre eles. Pelos estudos cariotípicos, mesmo com o emprego de métodos de bandamento, não foram obtidas homeologias seguras que pudessem indicar possíveis relacionamentos entre Hylodinae e Dendrobatidae. Por outro lado, algumas peculiaridades cariotípicas apresentadas por E. femoralis apontaram sua singularidade dentre as demais espécies. Em Hylodinae, a grande variabilidade cariotípica em Megaelosia, em oposição ao conservadorismo de Hylodes e Crossodactylus, confirmaram as relações estabelecidas por critérios morfológicos dentro da subfamília. A análise ultra-estrutural por sua vez suportou a proposta, já levantada na literatura, de que a posição taxonômica de E. femoralis fosse revista. Além disso, as possíveis apomorfias compartilhadas pelas três espécies restantes (ausência de fibra juxta-axonemal e membrana ondulante curta e extremamente dilatada), parecem indicar a retenção de E. trivittatus neste gênero, concordando com dados moleculares e contrariando a sugestão de sua alocação no gênero Phobobates. Considerando-se principalmente a estrutura do aparato flagelar e também semelhanças na organização do complexo acrossomal, podemos concluir que os espermatozóides dos dendrobatídeos são "do tipo bufonóideo", diferindo bastante do padrão encontrado para espécies de ranóideos estudados. Dentro dos hilodíneos, Megaelosia compartilha características flagelares com Hylodes, o que possivelmente pode se unir a dados morfológicos e bioquímicos para reforçar sua retenção na subfamília (AU)

Processo FAPESP: 99/05602-0 - Estudo citogenético e da ultraestrutura dos espermatozoides de espécies da subfamília Hylodinae (Leptodactylidae) e da família Dendrobatidae (Amphibia, Anura)
Beneficiário:Odair Aguiar Junior
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado