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No safe haven for torturers: o empreendedorismo da Anistia Internacional para a criação da Convenção contra a Tortura

Texto completo
Autor(es):
Carla Cristina Vreche
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
Data de defesa:
Membros da banca:
Andrei Koerner; Frederico Normanha Ribeiro de Almeida; Matheus de Carvalho Hernandez; Teresa Cristina Schneider Marques; Débora Alves Maciel
Orientador: Andrei Koerner
Resumo

A presente pesquisa tem como tema geral a atuação das Organizações Não Governamentais (ONG) nas relações internacionais e seu papel na consolidação do regime internacional de direitos humanos. O seu objeto empírico é a participação da Anistia Internacional (AI) no processo de criação da Convenção das Nações Unidas contra a Tortura (UNCAT). O caso é relevante porque foi a primeira campanha temática internacional da AI e porque ela foi bem-sucedida, dado que o resultado do processo foi a criação da UNCAT: uma norma internacional vinculante de reconhecida importância e que inovou em mecanismos de proteção dos direitos humanos. A partir da análise da ação da ONG em contexto, a pesquisa elucida a agência da Anistia e os fatores que em seu desenvolvimento institucional e ação política constituem tal poder. São abordados os eventos da incorporação do tema pela organização, a elaboração de uma estratégia multinível e multitemática, seu papel na construção do debate internacional de condenação da prática e os resultados dessa atividade, em relação às suas condições de atuação (em termos de recursos materiais e políticos). Para isso, foram utilizados métodos qualitativos de estudo de caso, analisando-se documentos e relatos de participantes, tais como memórias de reuniões, relatórios, informes e materiais de campanha. O argumento desta pesquisa é a de que a atuação da AI foi essencial para a criação da Convenção, o que ela alcançou por meio de sua mobilização, mas também com base em sua reconhecida autoridade no campo, tendo a entidade ocupado a posição central na rede de atores articulados para o caso. Essa ação ainda trouxe dois notáveis impactos. O primeiro deles – externo – está relacionado à inauguração de uma nova etapa do ativismo, instigando e inspirando a atividade transnacional de outras entidades de direitos humanos. O outro – interno – reflete os efeitos institucionais desse envolvimento, com a Anistia encarando um forte movimento de institucionalização e burocratização. Tais fatores explicam sua posição de relevância no processo, a despeito do distanciamento formal da organização durante a negociação final do novo documento. Em 1984, quando a UNCAT foi criada, a Anistia era referência e, sua posição, um exemplo a ser seguido (AU)

Processo FAPESP: 18/16992-6 - A atuação da Anistia Internacional no processo de criação da Convenção das Nações Unidas contra a tortura e outros tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou degradantes
Beneficiário:Carla Cristina Vreche
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado