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Ordem e contingência em Kant: teologia e natureza no Único Fundamento e na Crítica da Razão Pura

Texto completo
Autor(es):
Giovanni Sarto
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: São Paulo.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH/SBD)
Data de defesa:
Membros da banca:
Pedro Paulo Garrido Pimenta; Isabel Coelho Fragelli; Monique Hulshof; Patrícia Maria Kauark Leite
Orientador: Pedro Paulo Garrido Pimenta
Resumo

A presente dissertação tem o objetivo de explicitar a relação existente entre os conceitos de ordem e contingência nos escritos de Immanuel Kant. Para tanto, as obras elegidas são o Único Fundamento de prova para uma demonstração da existência de Deus (1763) e a Crítica da Razão Pura (1781/1787), com especial atenção para três capítulos distintos, a Anfibolia dos conceitos da reflexão, o Ideal da Razão Pura e o Apêndice à Dialética Transcendental. Por sua vez, esses conceitos serão analisados sob o ponto de vista da injunção entre teologia e natureza. Desse modo, trata-se de um estudo temático que busca destacar uma articulação conceitual específica, que nem sempre é explicitada pelo autor. Nesse sentido, o trabalho tem um aspecto narrativo e comparativo, embora não privilegie a linearidade temporal, mas sim a continuidade temática. A problemática geral a ser tematizada pode ser sumarizada da seguinte forma. Mostrou-se como, no Único Fundamento, o conceito de ordem natural aparecia vinculado ao ser de Deus. Na sequência, argumentou-se que o Ideal da Razão Pura efetua o esvaziamento ontológico do conceito de Deus, de modo a tornar possível a seguinte pergunta: como pensar, nessa nova conjuntura, o fundamento da ordem da natureza? Para fazer da ordem natural uma consequência necessária do ser de Deus, o Único Fundamento a havia desvinculado da vontade divina, signo da contingência da existência das coisas. Doravante, na Crítica da Razão Pura, sem o recurso ao transcendente, a pergunta pela ordem da natureza se traduz na seguinte: como pensar a natureza como um sistema concatenado e não como um agregado contingente de partes? Nesse sentido, trata-se de mostrar, no que concerne à relação entre teologia e natureza, que o pensamento kantiano se inclina na direção de atenuar a importância do par necessidade/contingência em favor do par ordem/contingência. Nesse ínterim, situam-se teses fundamentais de seu pensamento, bem como a sua contraposição a filósofos notórios, especialmente Leibniz. Por identificar que na obra do filósofo de Hannover pode ser encontrada uma articulação bastante específica entre os conceitos de necessidade e contingência, que será, posteriormente, gradativamente desfeita por Kant, optou-se por fazer da contraposição entre ambos um fio-condutor para a exposição. Apesar disso, as análises do pensamento e das teses de Kant se baseiam numa leitura estrutural e atenta de seus próprios textos, com amparo e revisão da bibliografia especializada, quando pertinente (AU)

Processo FAPESP: 21/12675-9 - Ordem e Contingência em Kant: da cosmologia ao homem como fim supremo
Beneficiário:Giovanni Sarto
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado