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Identificação e validação funcional de genes associados à suscetibilidade e resistência à paromomicina em Leishmania spp.

Texto completo
Autor(es):
Elizabeth Magiolo Coser
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Biologia
Data de defesa:
Membros da banca:
Adriano Cappellazzo Coelho; Angela Kaysel Cruz; Maria Fernanda Laranjeira da Silva; Marielton dos Passos Cunha; Marlene Tiduko Ueta
Orientador: João Marcelo Pereira dos Santos; Adriano Cappellazzo Coelho
Resumo

As leishmanioses são um complexo de doenças parasitárias causadas por protozoários do gênero "Leishmania" e responsáveis por milhares de novos casos reportados anualmente em todo o mundo. O tratamento das leishmanioses possui limitações, que se estendem desde o alto custo e número limitado de fármacos, até efeitos colaterais muitas vezes graves. O crescente aumento de falha terapêutica, associado a emergência de parasitos resistentes, principalmente aos antimoniais, tem sido responsável pela busca de fármacos alternativos e pela implementação de novos esquemas terapêuticos contra a doença. A paromomicina (PM), um antibiótico aminoglicosídeo de baixo custo aprovado para o tratamento da leishmaniose visceral na África e no Sudeste Asiático, tem demonstrado boa eficácia clínica por monoterapia ou em combinação com a anfotericina B e a miltefosina. Além disso, a PM apresentou atividade in vitro e in vivo contra espécies endêmicas causadoras da leishmaniose tegumentar no Brasil, principalmente L. ("Leishmania") amazonensis, a segunda espécie mais prevalente no país e agente etiológico da leishmaniose cutânea localizada e cutânea difusa. Diante do potencial de utilização da PM no tratamento da leishmaniose tegumentar e dos mecanismos de ação e resistência a esse fármaco ainda não estarem completamente elucidados, neste estudo foram geradas linhagens resistentes à PM de L. (L.) amazonensis selecionadas por métodos distintos, e que juntamente com isolados clínicos altamente suscetíveis à PM desta mesma espécie, foram caracterizados fenotípica e genotipicamente, com o intuito de identificar potenciais genes relacionados com a suscetibilidade e resistência à PM. As linhagens resistentes selecionadas por mutagênese in vitro e pressão seletiva nas formas promastigota e amastigota intracelular do parasito foram consideradas resistentes em ambos os estágios do ciclo de vida do parasito, com exceção da linhagem resistente selecionada por pressão seletiva na forma promastigota, que perdeu a capacidade de infecção no hospedeiro mamífero in vitro e in vivo. A linhagem resistente selecionada na forma amastigota por pressão seletiva, por outro lado, mostrou alta capacidade infectiva in vitro e in vivo, e resposta refratária ao tratamento in vivo com PM. O sequenciamento do genoma completo das linhagens resistentes à PM, assim como dos isolados clínicos altamente suscetíveis ao fármaco, permitiu identificar polimorfismos genéticos que foram validados funcionalmente e associados ao fenótipo de resistência à PM em L. (L.) amazonensis. Os genes identificados codificam proteínas envolvidas no tráfego de vesículas, tradução, metabolismo de lipídeos, e metilação de RNA. A identificação dos mecanismos de ação e resistência à PM pode contribuir para a implementação de esquemas de tratamento mais eficientes, além de rastrear o surgimento e disseminação de cepas do parasito resistentes a este fármaco. Finalmente, este estudo pode contribuir para o desenvolvimento de derivados de aminoglicosídeos mais eficazes para o tratamento da leishmaniose (AU)

Processo FAPESP: 19/22175-3 - Identificação e validação funcional de genes associados à suscetibilidade e resistência à paromomicina em Leishmania spp
Beneficiário:Elizabeth Magiolo Coser
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado