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Danos em mudas de goiabeira por múltiplas infecções de Austropuccinia psidii

Texto completo
Autor(es):
Ana Laura Toledo Simões
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: Piracicaba.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALA/BC)
Data de defesa:
Membros da banca:
Lilian Amorim; Ivan Herman Fischer; Isabela Vescove Primiano
Orientador: Lilian Amorim
Resumo

A ferrugem das mirtáceas, causada por Austropuccinia psidii, é a doença fúngica mais severa em goiabeira, principalmente na cv. Paluma. Essa doença, caracterizada como policíclica, pode causar danos poliéticos em plantas perenes, ou seja, danos acumulativos de uma safra para outra. Como a determinação dos danos poliéticos no campo necessita de muitos anos de avaliação, uma alternativa possível para estimá-los seria por meio de inoculações múltiplas do patógeno em ambiente controlado. O objetivo deste trabalho foi estimar o impacto de inoculações sucessivas de A. psidii no desenvolvimento vegetativo, no processo fotossintético, na dinâmica de carbono e no acúmulo de biomassa em goiabeiras cv. Paluma mantidas em casa-de-vegetação. Para tanto, folhas e hastes jovens de mudas de goiabeira cv. Paluma foram inoculadas repetidamente com suspensão de A. psidii. Em cada inoculação, um par de folhas jovens foi marcado para a realização das mensurações das variáveis. As plantas foram inoculadas três vezes com intervalos de 14 dias entre as inoculações. A severidade da doença foi estimada nas folhas e nas hastes durante todo o experimento. As trocas gasosas foram avaliadas no par de folhas marcado aos 14 dias após cada uma das inoculações. As variáveis medidas foram: assimilação líquida de CO2 (A, μmol CO2 m2 s1), condutância estomática (gs), mol H2O m2 s1), concentração intercelular de CO2 (Ci, μmol CO2 mol1) e transpiração (E, mmol H2O m2 s1). A eficiência intrínseca do uso da água (IWUE, μmol CO2 mol1 H2O) foi calculada através da razão entre A e gs. Essas variáveis foram quantificadas por analisador de gás infravermelho em uma área de 2 cm2 demarcada nas folhas inoculadas. A atividade da Rubisco e a assinatura isotópica em massa de carbono (ẟ13C) foram quantificadas nas folhas coletadas em cada par de folhas marcado nas três inoculações. O comprimento e a largura máxima das folhas, para a obtenção da área foliar, o comprimento da haste principal e o número total de folhas foram mensurados a cada três dias. A massa seca da parte aérea e das raízes das plantas foram quantificadas ao final do experimento. A severidade da doença nas folhas após as primeira e segunda inoculações foi de 22% em média nos dois experimentos e estatisticamente maior do que a severidade da doença após a terceira inoculação. A severidade da doença nas hastes aumentou progressivamente e, ao longo das três inoculações, as lesões coalesceram e aumentaram de tamanho, causando necrose. A assimilação líquida de CO2 e a condutância estomática nas plantas inoculadas apresentaram reduções significativas na ordem de 20% a 77% e de 20% a 50%, respectivamente, indicando impacto da doença na fotossíntese. O desenvolvimento vegetativo também foi afetado, com reduções nas taxas de crescimento foliar, de até 60%, e no comprimento das hastes, além de desfolha nas plantas inoculadas. As reduções nas massas secas das folhas, hastes e raízes após as inoculações variaram de 30% a 65%, refletindo o comprometimento da produção de fotoassimilados e do sistema radicular. A atividade da Rubisco foi reduzida nas folhas das plantas inoculadas, indicando impacto na fixação de carbono e comprometimento do ciclo de Calvin. A assinatura isotópica em massa de carbono e a eficiência intrínseca do uso da água também foram afetadas, especialmente após a terceira inoculação, demonstrando alterações no metabolismo das plantas devido à infecção por A. psidii. A simulação do policiclo da ferrugem, embora realizada em mudas de goiabeira em ambiente controlado, permitiu a estimativa dos danos causados por essa doença, com impactos negativos no crescimento e no desenvolvimento das plantas. A redução na fotossíntese e no crescimento vegetativo das mudas e os danos nas hastes e nas raízes sugerem que a ferrugem possa causar danos severos às goiabeiras naturalmente infectadas no campo. A ocorrência de surtos de ferrugem ao longo dos anos pode reduzir a vida útil e a produtividade das plantas. (AU)

Processo FAPESP: 22/05816-8 - Danos em mudas de goiabeira por múltiplas infecções de Austropuccinia psidii
Beneficiário:Ana Laura Toledo Simões
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado