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Jovens da democracia?: valores políticos das coortes da juventude brasileira no período democrático recente (1989-2006)

Texto completo
Autor(es):
Fabiola Brigante Del Porto
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
Data de defesa:
Membros da banca:
Rachel Meneguello; Gustavo Venturi; José Álvaro Moisés; Lucia Merces de Avelar; Valeriano Mendes Ferreira Costa
Orientador: Rachel Meneguello
Resumo

Esta tese estuda os valores políticos dos sucessivos grupos de jovens "em formação" no cenário da democratização brasileira e os compara àqueles expressos por seus concidadãos mais velhos, que viveram, pelo menos, o regime militar. O estudo é baseado na análise longitudinal de surveys nacionais realizados em 1989, 1993 e 2006 e as variáveis utilizadas são a preferência por regimes políticos, a confiança nas instituições representativas, a percepção da eficácia política, o voto voluntário, os hábitos de conversa e informação políticas e a participação em associações ou comunidades de bairro. Com os pressupostos de que a socialização política ocorre por toda a vida e que as experiências políticas mais recentes, com o regime corrente, importam mais na avaliação e adesão a esse regime, a hipótese da tese aponta que a faixa etária dos indivíduos - como "coorte" ou como "ciclo de vida" - não tem impacto independente sobre aqueles aspectos de seu envolvimento político-institucional e democrático. A partir do cenário da adesão majoritária à democracia dos brasileiros e seus paradoxos, a análise dos dados pautou-se em técnicas estatísticas descritivas e exploratórias para visualizar os padrões de transmissão geracional nas mudanças e continuidades da cultura política dos brasileiros e em que medida os jovens que viveram seus "anos formativos" durante a democratização brasileira acompanharam essas tendências atitudinais. Os processamentos estatísticos utilizados (testes de associação, regressões logísticas e análise de agrupamentos) apontaram não haver diferenças marcantes nos valores políticos dos cidadãos brasileiros relacionadas à sua coorte de nascimento. Através do período, apenas a desconfiança política diminuiu em patamares sustentados da coorte mais nova a mais velha, levando a perguntar se as diferenças etárias na desconfiança política não eram, então, efeitos do "ciclo de vida" dos cidadãos ou efeitos composicionais, tendo em vista os crescentes níveis de instrução dos jovens no período estudado. A comparação longitudinal da desconfiança de indivíduos nas mesmas faixas etárias mostrou que as diferenças por faixas etárias também foram significativas, mas diminutas através do período. Por outro lado, quando se comparou o impacto do grau de instrução sobre a desconfiança por faixas etárias, o efeito sobre os jovens em "anos formativos" foi até menor do que sobre seus concidadãos mais velhos. Através do tempo, o controle do grau de instrução afetou, no entanto, a preferência por regimes, sugerindo que os jovens dependem da mediação do aprendizado escolar para a construção de suas preferências políticas, dado que não viveram o regime autoritário (AU)

Processo FAPESP: 06/61752-6 - Os jovens da democracia: estudo dos valores politicos democraticos das coortes da juventude brasileira do periodo pos-85.
Beneficiário:Fabíola Brigante Del Porto
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado