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Não existem mais intermediarios entre o governo e o povo: correspondencias a Getulio Vargas - o mito e a versão (1937-1945)

Texto completo
Autor(es):
Jose Roberto Franco Reis
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
Data de defesa:
Membros da banca:
Maria Clementina Pereira Cunha; Angela de Castro Gomes; Jorge Ferreira; Claudio Henrique de Moraes Batalha
Orientador: Maria Clementina Pereira Cunha
Resumo

o objetivo deste trabalho é discutir o projeto de poder de Vargas, no período de 1937 a 1945 conhecido como Estado Novo, pela ótica dos seus efeitos, vale dizer, dos homens e mulheres que o recepcionaram. Para tanto, investigou-se a profusa correspondência enviada a Vargas por estes homens e mulheres comuns durante o próprio desenrolar dos acontecimentos, tendo em vista a intenção de observar como eles se apropriaram das mensagens e rituais de afirmação do regime e estabeleceram com este um processo de comunicação política, particularmente com a figura de Vargas. Assim, diante de um quadro de limitação de qualquer forma não controlada de representação pública durante o Estado Novo e das estratégias do regime de estabelecer um processo de aproximação com a população, visando a obtenção de consentimentos, adesões e controles politicos desta, tais cartas estão sendo vistas aqui como uma peculiar e possível forma de participação no período. Nossa proposta supõe que ao "manusearem" o projeto de organização e controle da sociedade elaborada pelo poder varguista, ao contrário de uma postura resignada e passiva, trabalhadores e populares interpretaram-na segundo um código cultural próprio, buscando alcançar seus propósitos de obtenção de vantagens, direitos e realização de justiça, gerando a situação paradoxal de simultaneamente ratificarem e confrontarem os rituais de dominação do regime. Nesse sentido, noções como justiça social, família como matriz de organização moral da sociedade, valorização do trabalho e do trabalhador como fonte de engrandecimento da nação, portanto direito e dever de todos, nacionalismo, patemalismo, e sobretudo a ideologia da outorga getulista e a mística criada em tomo da figura do presidente (o mito Vargas), reaparecerão com novas tonalidades e sentidos políticos diversos (AU)

Processo FAPESP: 96/08367-3 - Pai e padrasto: imagens de Vargas e os trabalhadores durante o Estado Novo
Beneficiário:Jose Roberto Franco Reis
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado