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Padrões demográficos de perfilhamento e produção de forragem em pastos de capim-mombaça submetidos a regimes de lotação intermitente.

Texto completo
Autor(es):
Marina Castro Uebele
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: Piracicaba.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALA/BC)
Data de defesa:
Membros da banca:
Sila Carneiro da Silva; Moacyr Corsi; Luis Roberto de Andrade Rodrigues
Orientador: Sila Carneiro da Silva
Resumo

A otimização de sistemas de pastejo não pode ser concebida simplesmente como a maximização da quantidade de forragem produzida ou ingerida pelos animais, sendo necessário considerar parâmetros que condicionam e determinam a persistência e a produtividade da pastagem. Nesse ponto, assegurar a capacidade de reposição de perfilhos assume importância fundamental. Dentro desse contexto, o objetivo deste experimento foi avaliar os efeitos de diferentes combinações entre intensidade e frequência de desfolha sobre a dinâmica, a densidade populacional de perfilhos e o acúmulo de forragem em pastos de capim-Mombaça pastejados por bovinos, visando determinar estratégias de manejo do pastejo que permitam obter alta produtividade e utilização de forragem, mantendo a estrutura do pasto dentro de limites aceitáveis de uso e garantindo, assim, a sua perenização. O experimento foi realizado na Universidade Federal de São Carlos, Araras, SP, entre 8 de janeiro de 2001 e 23 de fevereiro de 2002. Os tratamentos corresponderam a combinações entre duas intensidades (30 e 50 cm de resíduo) e duas freqüências de desfolha (pastejo iniciado com 95% e 100% de interceptação de luz do dossel - IL) e foram alocados às unidades experimentais conforme um delineamento de blocos completos casualizados e arranjo fatorial 2 x 2, com 4 repetições. O intervalo médio entre pastejos variou de 23 a 36 dias para os tratamentos de 95% e 100% IL, respectivamente, durante o período de primavera/verão. Durante o inverno, esses valores variaram de 95 a 186 dias. A altura do pasto em pré-pastejo foi um parâmetro confiável para ser utilizado como guia de manejo do pastejo baseado em condições de interceptação luminosa, uma vez que apresentou comportamento consistente e uniforme ao longo do período experimental. De forma geral, não houve diferenças entre as taxas de aparecimento e morte de perfilhos entre tratamentos. No entanto, taxas altas de mortalidade foram acompanhadas por taxas altas de aparecimento de perfilhos, com os maiores valores observados durante o período de primavera/verão relativamente a outono/inverno. Alta freqüência (95% IL) e/ou alta intensidade de desfolha (30 cm de resíduo) condicionaram a ocorrência de maiores taxas de mortalidade, propiciando uma maior renovação de perfilhos e, assim, um perfil mais jovem da população quando comparados aos tratamentos de desfolha menos freqüente (100% IL). Não houve diferença em densidade populacional de perfilhos (média de 380 perfilhos m -2 ), indicando que as diferenças em produção de forragem (18.230 a 27.220 kg MS ha -1 ) devem ter sido consequência de diferenças em produção por perfilho, com perfilhos jovens sendo mais eficientes no processo produtivo do que perfilhos mais velhos, fato que justificou a maior produção do tratamento 30/95 (27.220 kg MS ha -1 ). A densidade populacional de perfilhos variou com a época do ano, com os maiores valores registrados na época de verão, seguidos por aqueles do outono e primavera (400, 384 e 344 perfilhos m -2 , respectivamente). Os maiores valores de massa de forragem (8.100 kg MS ha -1 ) e altura em pré-pastejo (116 cm) ocorreram para os tratamentos que tiveram o pastejo iniciado com 100% IL comparativamente aos de 95% (5.400 kg MS ha -1 e 89,5 cm, respectivamente), pois estes permitiram um período de crescimento mais longo e, provavelmente, maior acúmulo de hastes e material morto, o que dificultou a manutenção do resíduo de 30 cm. Houve efeito de época do ano para todas as variáveis estudadas, indicando comportamento fortemente estacional do crescimento do capim-Mombaça. A partir dos resultados obtidos e considerando-se a importância da manutenção de uma alta taxa de renovação de perfilhos para otimização da produção e utilização de forragem, o pastejo deve ser iniciado quando os pastos atingem 90 cm de altura (95% IL) e interrompido quando rebaixado a 30 cm. (AU)

Processo FAPESP: 99/11704-0 - Uso de indice de area foliar e interceptacao luminosa como criterio para determinacao do manejo do pastejo para o capim mombaca (panicum maximum (jacq. ). ii. demografia e dinamica populacional de perfilhos.
Beneficiário:Marina Castro Uebele
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado