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Estudo com mulheres vítimas de violência doméstica com lesões do complexo maxilo-mandibular e problemas associados

Texto completo
Autor(es):
Liliane Nascimento de Santi
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Ribeirão Preto.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (PCARP/BC)
Data de defesa:
Membros da banca:
Ana Marcia Spano Nakano; Ana Maria de Almeida; Hilda Ferreira Cardozo; Maria das Gracas Bomfim de Carvalho; Eliana Mendes de Souza Teixeira Roque
Orientador: Ana Marcia Spano Nakano
Resumo

A invisibilidade da violência contra a mulher revela-se em taxas subestimadas de sua ocorrência, tornando-se um problema a ser enfrentado pela saúde. A cabeça e face são freqüentemente comprometidas pelos traumas, o que aponta para estudos de avaliação da complexidade anatômica, funcional e estética destas estruturas e das conseqüências à saúde da mulher. Objetivou-se estudar os casos de lesões corporais dolosas que tiveram comprometimento no complexo maxilomandibular entre mulheres que compareceram ao Instituto Médico Legal de Ribeirão Preto para exame de corpo de delito. A amostra compôs-se de 67 mulheres atendidas no período de maio de 2005 a outubro de 2006. É um estudo descritivo exploratório que utiliza de abordagem quantitativa para estabelecer o perfil das vítimas e agressores além da tipificação da violência. Foram analisados os traumas no complexo com base na análise clínica odontológica, os quais foram fotografados para a devida classificação jurídica da lesão. A abordagem qualitativa de entrevistas realizadas com base na técnica da análise temática, com vista a compreender a visão das mulheres sobre a violência sofrida, as conseqüências a sua saúde e formas de enfrentamento. Os dados foram coletados em dois momentos durante o exame pericial e no retorno após 30 dias. Foram seguidas as normas éticas para pesquisa envolvendo seres humanos. As mulheres tinham em média 31,5 anos, a maioria declarou-se branca. Todas as mulheres eram alfabetizadas; a maioria pertencia a classificação sócio-econômico C e E segundo a ABA/ABIPEME. 9% das mulheres estavam desempregadas e 23,9% eram do lar. A idade média dos agressores foi de 39 anos, 62,7% dos agressores trabalhavam como autônomos e a cor branca prevaleceu entre os agressores (58,2%). 91,04% dos casos, os agressores utilizaram do corpo como agente provocador de agressão, através de socos, pontapés e empurrões. Na classificação jurídica das lesões, 50 (74,6%) foram consideradas leves; 12 (17,9%) como graves e 5 (7,5%) como gravíssimas. Para o exame clínico odontológico foram construídos alguns indicadores, com base na anatomia e fisiologia do complexo maxilomandibular. Analisando as falas das entrevistadas, depreendemos 04 categorias temáticas centrais: Contexto da violência; Rede de Suporte e Ajuda; Compreensão da violência sofrida; Conseqüências para sua saúde. O conhecimento e o entendimento dos agravos que interferem a saúde bucal e a saúde da mulher promovem uma reflexão sobre as condições de vida e saúde, contribuindo para a realização de ações preventivas nas diversas áreas, assim como no planejamento de ações assistenciais que vão desde o atendimento das emergências até a reabilitação e a reintegração junto à sociedade, frente a qual a Odontologia juntamente com outras disciplinas tem importante papel. (AU)

Processo FAPESP: 04/04670-1 - Perfil de mulheres vitimas de violencia domestica com lesoes do complexo maxilomandibular e problemas associados.
Beneficiário:Liliane Nascimento de Santi
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado