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A ficção camiliana: a escrita em cena

Texto completo
Autor(es):
Moizeis Sobreira de Sousa
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: São Paulo.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH/SBD)
Data de defesa:
Membros da banca:
Paulo Fernando da Motta de Oliveira; Maria Lúcia Dias Mendes; Sérgio Paulo Guimarães de Sousa
Orientador: Paulo Fernando da Motta de Oliveira
Resumo

A recepção à ficção camiliana se subsume fundamentalmente a dois operadores hermenêuticos consagrados por uma parcela significativa da crítica literária luso-brasileira: a conjunção vida/obra e o enquadramento da produção literária assinada por Camilo no Romantismo português. Por meio do estudo de dois romances camilianos, Amor de Perdição (1862) e Onde Está a Felicidade?(1856), interessa problematizar a análise da produção ficcional camiliana que se baseia nesses operadores hermenêuticos. Nesse sentido, parte-se das indagações: terá Camilo assimiliado e culminado na tradição literária portuguesa a sacralização do amor? Será Camilo essencialmente um escritor ultra-romântico, autor, sobretudo, de novelas passionais? A resposta dada a essas questões se baseou na relação entre esses textos e a vigorosa tradição literária metaficcional, fortemente enraizada nos períodos que antecedem e sucedem a atuação de Camilo como escritor. A presença dos expedientes metaficcionais em Amor de Perdição e Onde Está a Felicidade revela uma representação mimética que se desdobra em representar o mundo, particularmente o burguês, e os mecanismos que envolvem essa representação, evidenciando uma construção literária que não se limita a criar a sugestão do real, tomando também a sua problematização como eixo. O ato de criar torna-se alvo de questionamento, exigindo dos seus participantes, nomeadamente narrador/autor e leitor, novas posturas mentais em que a origem e a destinação do significado não se apresentam tranquilamente assumidas por aquele e este, respectivamente, derivando desse arranjo um texto em processo, que se constrói, que se assume como mise en scène. (AU)

Processo FAPESP: 06/58034-4 - O narrador e o leitor na ficcao camiliana.
Beneficiário:Moizeis Sobreira de Sousa
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado