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A comunidade científica, o governo e a agenda de pesquisa da universidade

Texto completo
Autor(es):
Rogerio Bezerra da Silva
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Geociências
Data de defesa:
Membros da banca:
Renato Peixoto Dagnino; Marcos Barbosa de Oliveira; Erasmo Jose Gomes; Henrique Tahan Novaes; Rafael de Brito Dias
Orientador: Renato Peixoto Dagnino
Resumo

Este trabalho trata da relação entre o governo e a comunidade científica no Brasil focando nos condicionantes da agenda de pesquisa da universidade. Sua hipótese é a de que o governo, ao aumentar o dispêndio para a pesquisa universitária, poderia estar limitando as autonomias - de gestão, financeira e de pesquisa - da universidade. Para evidenciar o comportamento político da comunidade científica e do governo no processo decisório das políticas públicas relacionadas à universidade e à C&T, o trabalho adota, no plano metodológico, o enfoque da Análise de Políticas. No plano analítico-conceitual, tem como referência os Estudos Sociais da C&T; o que permite classificar aquela relação segundo duas lógicas. A primeira é a da "política para a ciência", onde o "para" indica que o propósito do governo seria fomentar a pesquisa sem interferir na definição do que deve ser pesquisado. A segunda lógica é a da "política da ciência", em que o "da" igualaria a Política de C&T a outras políticas acerca das quais o governo, em função das demandas cognitivas que elas colocam, possui interesses específicos; e, por isso, privilegiaria as pesquisas cujos resultados podem alavancar outras políticas. O objetivo deste trabalho é entender como a agenda de pesquisa da universidade, condicionada pelos valores e interesses desses dois atores, é elaborada. Ele está organizado em cinco capítulos. O primeiro apresenta o referencial teórico-metodológico utilizado para analisar a relação entre esses dois atores. O segundo trata das noções de autonomia encontradas na literatura sobre o ensino superior latino-americano. Limitando o escopo dos Estudos Sociais da C&T, o foco do capítulo três é a autonomia da pesquisa universitária. O Capítulo quatro indica, através de informação secundária, como essa autonomia é condicionada por aquela relação. Em seguida, se analisa a partir de dados primários como essa relação se apresenta na Unicamp; a qual por ser atípica é especialmente adequada para reforçar os resultados mostrados no capítulo anterior. O trabalho conclui sugerindo, por um lado, que, mais do que incorporar à sua agenda de pesquisa as demandas, do governo e das empresas, colocadas pelas políticas públicas, a comunidade científica parece estar apenas declarando sua aderência a elas. E, assim, tentando manter sua legitimidade social para seguir acessando os fundos provenientes dos impostos que paga a população. Por outro, e contrariando os que entendem a autonomia da universidade como uma condição para sua adesão aos anseios dessa população, que a autonomia de pesquisa parece estar atuando num sentido oposto (AU)

Processo FAPESP: 08/10478-7 - A agenda de pesquisa da universidade pública brasileira e o poder público: uma análise retrospectiva
Beneficiário:Rogério Bezerra da Silva
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado