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Comportamento e organização social do preá Cavia magna (Rodentia: Caviidae)

Texto completo
Autor(es):
Elisa Augusto dos Santos
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: São Paulo.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Instituto de Psicologia (IP/SBD)
Data de defesa:
Membros da banca:
Patricia Izar Mauro; Marcos Tokuda; Rosana Suemi Tokumaru
Orientador: Patricia Izar Mauro
Resumo

A socioecologia estuda a diversidade dos sistemas sociais a partir dos princípios da ecologia comportamental. Roedores são bons modelos para o estudo dos sistemas sociais por apresentarem elevada variação no comportamento social, a qual pode ser uma adaptação selecionada no passado evolutivo e/ou uma resposta adaptativa ao contexto ecológico atual. Estudar preás para investigar a flexibilidade da organização social é relevante porque, apesar de explorarem vários ambientes diferentes, esses animais podem apresentar certa rigidez comportamental. Nesse contexto, a hipótese que avaliamos é a de que a organização social dos preás Cavia magna, um herbívoro pouco estudado, encontrado do Norte do Uruguai ao Sul do Brasil, depende de determinantes ecológicos atuais, sendo uma resposta adaptativa. A hipótese alternativa é a de que a organização social é uma resposta adaptada, limitada por características selecionadas no passado. Para isso, (1) caracterizamos suas interações sociais; (2) avaliamos as distâncias interindividuais durante o forrageamento, (3) analisamos o padrão de agregação dos indivíduos e (4) comparamos seus comportamentos e organização social com os dados disponíveis de uma população da espécie ocorrente no Uruguai e com os dados de Cavia intermedia, uma espécie endêmica das Ilhas Moleques do Sul, em Santa Catarina que apresenta adaptações ao habitat insular. Os preás foram observados em uma área urbana costeira, dentro do campus do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), em Florianópolis. Esse local apresenta isolamento da população em área pequena e com pouco risco de predação, isto é, uma área semelhante ao habitat insular. Observamos os preás na estação fria-seca e quente-úmida, por 60 dias. Concluímos que a população de C. magna do IFSC é social, pois encontramos grandes tamanhos médios de agregação, elevados Índices de Associação entre os indivíduos, e associações preferenciais em três grupos com conformação típica de harém. Constatamos que são poligínicos, porque o acesso às fêmeas diferiu entre os machos, e estes apresentaram mais comportamentos agonísticos que as fêmeas. A presença de hierarquia de dominância e ausência de comportamento territorialista dos machos indicaram que a poliginia foi sem defesa. Apesar de termos encontrado um sistema social semelhante ao de C. intermedia, não encontramos características típicas de síndrome insular. Dessa forma, corroboramos a hipótese de que a organização social dos preás é uma resposta adaptativa (AU)

Processo FAPESP: 11/05455-0 - O forrageamento de preás Cavia magna no Parque Estadual da Serra do Tabuleiro, Santa Catarina
Beneficiário:Elisa Augusto dos Santos
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado