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Acompanhamento à distância do tratamento com alarme para enurese: efeitos dos problemas de comportamento

Texto completo
Autor(es):
Rafaela Almeida Ferrari
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: São Paulo.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Instituto de Psicologia (IP/SBD)
Data de defesa:
Membros da banca:
Edwiges Ferreira de Mattos Silvares; Márcia Helena da Silva Melo Bertolla; Maria Cristina de Oliveira Santos Miyazaki
Orientador: Edwiges Ferreira de Mattos Silvares
Resumo

A enurese é uma condição caracterizada pela eliminação de urina durante o sono, em crianças com mais de cinco anos, em função da dificuldade de acordar associada à baixa produção do hormônio vasopressina ou à instabilidade da bexiga, sem outra condição clínica que explique os episódios de molhar a cama. A intervenção comportamental com alarme é a mais recomendada pela literatura para a cura da enurese. O acompanhamento do uso do alarme pode ser realizado através de contatos telefônicos, em que são investigados pontos chave do procedimento a ser realizado em casa pelas famílias. Uma pesquisa verificou que o acompanhamento telefônico é uma alternativa eficaz para a população que faz uso do alarme de urina para enurese, mas sem obter clareza na questão da sua validade para crianças com escores clínicos de problemas de comportamento. O presente estudo teve como objetivo geral comparar a eficácia do tratamento para enurese entre dois grupos de participantes que receberam acompanhamento telefônico, sendo previamente classificados pelos pais de duas maneiras: um com índices clínicos de problemas de comportamento e outro sem tais índices. Como objetivos específicos: (1) classificar as crianças quanto aos problemas de comportamento a partir de observação feita por uma pesquisadora; (2) verificar a eficácia do tratamento para crianças com e sem problemas de comportamento, a partir da avaliação da pesquisadora; (3) Verificar a evolução dos problemas de comportamento comparando escores pré e pós tratamento a partir da avaliação dos pais (4) comparar o nível de autoconceito reportado pela criança antes e após a intervenção (5) verificar possíveis correlações entre nível de autoconceito e o resultado do tratamento. Participaram do estudo 31 crianças com idades entre seis a 11 anos, (média=8,3, DP=1,3), sendo 15 do sexo masculino e 16 do sexo feminino e seus pais. Para a inclusão da criança no tratamento, o diagnóstico de enurese foi obtido através do Formulário de Avaliação de Enurese. Para a avaliação dos problemas de comportamento foram aplicados o Inventário de Comportamento para Crianças e Adolescentes (CBCL), destinado aos pais e o Inventário de Observação Direta (DOF), instrumento que permite ao pesquisador observar e qualificar o comportamento infantil em escalas semelhantes às obtidas pelo preenchimento do CBCL durante atividades recreativas. Este último instrumento foi preenchido por uma pesquisadora vinculada ao Projeto Enurese. Para mensurar o autoconceito foi utilizado a Escala de Autoconceito Infanto-Juvenil. Setenta e um por cento dos participantes, independente do grupo (clínico ou não clinico) ao qual pertenciam obtiveram sucesso no tratamento, não havendo correlação entre os problemas de comportamento e os resultados do tratamento. A única variável 8 relacionada com o sucesso foi a menor frequência de episódios de molhadas antes do tratamento. As avaliações feitas pelos pais e pela pesquisadora em relação aos problemas de comportamento apresentaram um ligeiro grau de concordância (57,2%). Conforme esperado, o grupo das crianças que obteve sucesso no tratamento apresentou melhora nos índices de problemas de comportamento totais e autoconceito pessoal e social quando comparado ao daquelas que não obtiveram sucesso (AU)

Processo FAPESP: 10/13038-8 - Acompanhamento à distância do tratamento com alarme para enurese: efeitos dos problemas de comportamento
Beneficiário:Rafaela Almeida Ferrari
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado