Lisieux Franco Fuzessy

Sempre tive curiosidade sobre como a ecologia e a evolução trabalham juntas delineando ecossistemas e a biodiversidade. Integrar ecologia de comunidades e biologia evolutiva incluindo uma ampla gama de taxa é um desafio. Requer criar pontes entre campos díspares, fundindo diferentes disciplinas por meio de abordagens multidisciplinares. Comecei minha carreira científica no Mestrado na Universidade Federal de Viçosa (2011-2013), interessada em características morfológicas relacionadas à hibridização entre primatas introduzidos em florestas urbanas. Durante meu doutorado (2013-2017), sob a supervisão do Dr. Fernando A O Silveira (Universidade Federal de Minas Gerais, Brasil), desenvolvi múltiplos interesses no campo da ecologia das interações mutualísticas, explorando o complexo papel dos primatas como dispersores de sementes. Foi meu primeiro contato com big data. Fiz um estágio sanduíche de 10 meses na University of Montana - USA (2015), onde além de melhorar minhas habilidades de escrita e comunicação em inglês, recebi forte treinamento em meta-análise, modelagem ecológica e programação R. Minha formação durante o doutorado me preparou para explorar abordagens ainda mais inovadoras em meu primeiro pós-doutorado (2017-2020), na Universidade Estadual Paulista, financiado pela FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo). Trabalhei sob supervisão da Dra. Laurence Culot e progressivamente fui integrando um espectro amplo de organismos (de insetos a vertebrados e plantas) e complexidade ecológica em minha pesquisa. Uma vantagem de pesquisar sobre uma ampla gama de sistemas é a percepção de ângulos distintos de questões semelhantes, principalmente quando pesquisamos padrões ecológicos e evolutivos envolvendo animais e plantas em interação. Durante uma estadia de onze meses (2019) na Estación Biológica de Doñana (EBD-CSIC, Espanha) como parte de minha bolsa de pós-doutorado da FAPESP, expandi minha rede de pesquisa, treinei habilidades de comunicação em inglês e espanhol e também recebi treinamento técnico em analise de redes ecológicas. Na Estación Biologica eu trabalhei em estreita colaboração com o Dr. Pedro Jordano, pesquisador de renome mundial. O contato com pesquisadores experientes de diferentes países, institutos e em conferências internacionais me deu grande independência e me permitiu mergulhar no complexo mundo da macroecologia, quando comecei a desvendar os efeitos das atividades antrópicas nas comunidades animais. Nessa época também tive a oportunidade de trabalhar em estreita colaboração com o Dr. Miguel Verdu (Centro de Pesquisa em Desertificação, CSIC), especialista de renome mundial em aspectos evolutivos das interações ecológicas. Juntos, desvendamos como animais e plantas dividem uma história evolutiva baseada em interações ecológicas. Após retornar ao Brasil por alguns meses (ainda em 2019) compartilhei o conhecimento adquirido e a qualidade da pesquisa realizada na Europa por meio de aulas, palestras e seminários, contribuindo para meu amadurecimento formando e orientando novos pesquisadores. Atualmente sou bolsista de pós-doutorado Marie Sk#322;odowska-Curie no CREAF, localizado na Universidade Autônoma de Barcelona, Espanha. Desenvolvo uma pesquisa que busca desvendar os efeitos das atividades antrópicas na diversidade funcional e filogenética de aves, complementando e integrando meus conhecimentos de macroecologia e ecologia de comunidades. Depois de mais de quatro anos de experiência internacional, me sinto pronta para regressar ao Brasil, onde pretendo estabelecer minha carreira e uma linha de pesquisa inovadora, colocando em prática o conhecimento adquirido e assimilado ao longo dos últimos dez anos.Publiquei 26 artigos entre 2013 e 2023. Destes, 65 (17) foram publicados em Qualis A1, 20 (cinco) em A2 e 12 (três) em A3 e A4. ou a primeira autora em oito deles e segunda autora em onze. Meus artigos somam 540* citações pelo Google Scholar (índice H = 14) e 352* pelo Scopus (H = 12). (Fonte: Currículo Lattes)