Fatores determinantes do processo de dispersão em uma espécie de aranha subsocial (Anelosimus jabaquara, Theridiidae) e suas implicações para o estabelecimento de estruturas sociais permanentes

Resumo

Comportamentos cooperativos e associações duradouras são muito raros em aranhas. Em algumas espécies, entretanto, machos e fêmeas permanecem na teia materna durante toda a vida, cooperando na captura de presas, na manutenção da estrutura do ninho coletivo e no cuidado à prole. A evolução desses sistemas sociais permanentes possivelmente está ligada à supressão da fase de dispersão em espécies subsociais. Nestas últimas também existe cooperação na captura de presas e na manutenção do ninho, mas geralmente ocorre a desagregação da colônia quando os indivíduos atingem o estágio de subadultos. As três principais hipóteses já propostas para explicar a dispersão em colônias de aranhas referem-se à competição intracolonial por parceiros sexuais, à procura por parceiros não aparentados e à competição por recursos no período que antecede a produção de ovos. Este trabalho tem como objetivo testar algumas predições associadas a estas hipóteses, através da análise da distribuição espacial dos ninhos coletivos e teias recém-fundadas de A. Jabaquara, e da freqüência e distância de dispersão de indivíduos de cada sexo. Além disso serão realizados testes manipulando o aporte de biomassa para as aranhas antes do início da fase de dispersão. Serão avaliados também a taxa de extinção de novas colônias fundadas por fêmeas com diferentes tamanhos corporais e a sobrevivência dos filhotes em colônias e teias. (AU)