Análise do genoma de espécies de eucalipto visando a identificação de genes/metabolismo chave para o incremento da sua produtividade para orientar o seu melhoramento tanto pela via convencional como pela transgenia

Resumo

As florestas plantadas são talvez as mais importantes fontes de celulose, madeira, energia, e, mais recentemente, "carbono capturado". Entre as espécies florestais, o gênero Eucalyptus se destaca, sendo o mais plantado no mundo. Ele é composto por mais de 670 espécies identificadas, com numerosas subespécies, variedades botânicas e híbridos. O Brasil ocupa lugar de destaque como produtor e exportador de derivados do eucalipto: no ano de 2005 a produção de papel e celulose alcançou 8,59 e 10,3 milhões de toneladas respectivamente, tendo sido o primeiro produtor de celulose branqueada. Para manter essa posição e ampliar a produção, é fundamental o investimento no melhoramento genético da espécie. Nos últimos anos, o setor florestal iniciou trabalhos em consórcio entre universidades e empresas para a formação de bancos de dados genômicas da espécie, com vistas à compreensão de processos moleculares envolvidos na formação da madeira e produção de celulose. Destacam-se as iniciativas FOREST e Genolyptus. Esses processos são controlados por uma série de fatores ambientais e genéticos, que agora começam a ser compreendidos em espécies modelo. Por exemplo, observa-se em A. thaliana que alguns fatores de transcrição (NST1 e NST3) são chaves para o processo de formação da parede secundária, que concentra a celulose e lignina. Ortólogos desses genes foram também identificados na espécie arbórea Populus sp., na qual parecem exercer as mesmas funções. Esse gene também foi encontrado em nossos bancos de dados, sendo um forte candidato para a manipulação com vistas ao desenvolvimento de características úteis ao melhoramento genético do eucalipto. Assim, o objetivo do presente projeto é "Gene Discovery" em eucalipto. Ou seja, a mineração do banco de dados construído pelo projeto Genolyptus, o qual inclui ESTs e microarranjos, para identificação de metabolismos e genes das principais vias potencialmente importantes para a produtividade da planta, em particular fatores de transcrição que possam ser centrais para a regulação de tais vias. Após identificação, esses genes serão analisados com detalhes e propostos para programas de transformação genética de empresas para que possam resultar em Plantas mais Produtivas. (AU)