Efeito da associacao do carbonato de magnesio com acetato de calcio (osvaren) no controle do fosforo, no hiperparatireoidismo secundario e no remodelamento osseo em ratos uremicos

Resumo

Alterações do metabolismo mineral e ósseo ocorrem precocemente na Doença Renal Crônica(DRC). O controle do Fósforo sérico(P) tem sido reconhecido há muitos anos como fator essencial no tratamento de pacientes com DRC. Na DRC avançada, a excreção de P é insuficiente para remover a quantidade de P absorvido da dieta. Além disso, o tratamento dialítico corrige parcialmente os níveis séricos do P. Como conseqüência, a hiperfosfatemia é um achado freqüente nesses pacientes. Já se demonstrou, em estudos clínicos e experimentais, graves efeitos adversos da hiperfosfatemia como aumento da mortalidade cardiovascular, desenvolvimento de calcificação extra-óssea e piora da remodelação óssea, além do hiperparatireoidismo secundário. O uso de quelantes de P torna-se então necessário para o controle do P. As opções de quelantes atuais são variadas (carbonato de cálcio, acetato de cálcio, hidrocloreto de sevelamer e hidróxido de alumínio, entre outros), sendo algumas já bem estudadas tanto em termo de eficácia do tratamento como quanto aos seus efeitos adversos. Chama atenção, entretanto o elevado custo de quelantes não contendo cálcio no tratamento de pacientes com DRC ou os efeitos adversos dos sais de cálcio ou de alumínio com o desenvolvimento de calcificação arterial e de indução de intoxicação por alumínio. Recentemente, um novo quelante de P, que é uma associação de acetato de cálcio com carbonato de magnésio, foi introduzido no tratamento da hiperfosfatemaia em pacientes com DRC na Europa. Entretanto, efeitos ósseos do uso desse quelante na remodelação óssea ainda são escassos, assim como a sua eficácia como quelante. Optamos então por avaliar o efeito do Osvaren® no controle da hiperfosfatemia, da remodelação óssea e na proliferação das paratireóides em modelo de DRC experimental. (AU)