Acompanhamento das raças de míldio da alface (Bremia lactucae) no estado de São Paulo e obtenção de cultivares resistentes

Resumo

A alface é o grupo de hortaliças de maior consumo no Brasil, no entanto a dificuldade em produzi-la vem aumentando, principalmente pela infestação das áreas de produção por Bremia lacfucae, causador da principal doença da alface, sendo o desenvolvimento de cultivares resistentes uma das medidas de controle mais eficiente e econômica. Diante do exposto este projeto tem por objetivos: identificação de raças de B. lacfucae no Estado de São Paulo e obtenção de linhagens resistentes. Na primeira etapa do projeto serão coletados isolados de B. lacfucae de diferentes regiões produtoras de alface no estado de São Paulo nos anos de 2009 e 2010. Os isolados coletados serão levados para o Laboratório de Genética e Melhoramento de Olerícolas, do Departamento de Produção Vegetal (UNESP-FCAV) e inoculados na cultivar suscetível Solaris, até que se obtenha a quantidade de esporângios suficiente para utilização no teste de diferenciação. Posteriormente as sementes das cultivares diferenciadoras de alface serão semeadas separadamente em caixas plásticas gerbox, forradas com papel germitex umedecido e dividido em quatro partes iguais, sendo que em cada uma das partes serão se meadas 40 sementes de cada cultivar diferenciadora e mantidas por 15 dias em B. O. D. na temperatura de 13°C e fotoperíodo de 12 h. Transcorrido esse período, realizar-se-á a inoculação com os isolados coletados, de acordo com a técnica IIotl et al. (1987). Após 15 dias da inoculação serão realizadas as avaliações, de acordo com o aparecimento da primeira esporulação na cultivar suscetível Cobham Green (DM O/R?). As avaliações serão realizadas individualmente em cada plântula, verificando-se a presença ou não de lesões esporulantes, ou a reação necrótica com muitas ou poucas lesões esporulantes, conforme metodologia proposta por Van Ettekoven & Van Der Arend (1999). Todos os materiais que se mostrarem suscetíveis a determinada raça terão seus valores somados dentro de cada grupo e o resultado será separado por uma barra, podendo-se identificar as raças presentes em cada isolado. Na segunda etapa do projeto serão desenvolvidas linhagens resistentes as novas raças de B. lactucae identificadas nos anos de 2006 e 2007. O experimento será conduzido em casa de vegetação, em área experimental do Setor de Olericultura e Plantas Aromático-Medicinais, pertencente ao Departamento de Produção Vegetal (UNESP-FCAV). Para isso, será utilizada a linhagem JAB 4-13-7. A linhagem recorrente será definida em função da identificação de ocorrência da raça nos anos de 2006 e 2007. A partir desta informação, será utilizada uma das cultivares diferenciadoras como doadora do gene de resistência. Os cruzamentos serão realizados no período da manhã. Na geração F2 será realizado retrocruzamento com a linhagem JAB 4-13-7 e serão selecionadas plantas com padrão comercial, utilizando como padrão de mercado a cultivar Hortência; já na geração F3 realizar-se-á a inoculação para resistência à B. lactucae, raças SPBI-01, SPBI-02, SPBI-03. As plantas que se mostrarem resistentes após essa inoculação serão transplantadas em bandeja de poliestireno de 128 células, contendo substrato comercial Plantmax HA, e com 3 ou 4 folhas definitivas serão transplantadas linhas para o campo, onde serão selecionadas, autofecundadas e colhida suas sementes. (AU)