Estudo epidemiológico, anátomo-patológico e molecular da meningoencefalite não supurativa ocasionada pelo herpesvírus tipo 5

Resumo

O Herpesvirus Bovino tipo 5 está intimamente relacionado à meningoencefalite não supurativa que ocorre de forma endêmica em regiões do Brasil, principalmente no Sul do país. Aliada a este fato, a produção in vitro (PIV) de embriões e a transferência de embriões (TE) bovinos são consideradas biotecnologias da reprodução, as quais são rotineiramente aplicadas no melhoramento genético da espécie. No entanto, resta determinar até que ponto sua utilização implica na disseminação de patógenos no rebanho. Recentemente, foi demonstrado quadro de infertilidade e doença clínica reprodutiva em vacas inseminadas com sêmen positivo para BoHV-5 (KIRKLAND et al., 2009). Os relatos da forma neurológica da doença são escassos nos estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul, e frequentes no Sul do país. O presente trabalho objetiva analisar a presença do gene codificador da glicoproteína C e do US9 do BoHV-5, no encéfalo de 92 animais (20 positivos para a infecção pelo BoHV-5 e 72 suspeitos, com diagnóstico negativo para o vírus da raiva), pela técnica de reação em cadeia pela polimerase em tempo real (Real Time PCR), análise imunoistoquímica e alterações histopatológicas. As amostras foram enviadas de diversas regiões do Brasil por Médicos Veterinários autônomos e pertencem ao arquivo do Laboratório de Patologia Animal e Enfermidades Infecciosas dos Animais Domésticos, diagnosticadas, primeiramente, nos casos de encefalite, como negativas para infecção com o vírus rábico pela técnica de imunofluorescência direta (ID) e pela prova biológica em camundongos. Os resultados serão comparados ao método de PCR convencional, para os dois genes citados, e a técnica de isolamento viral em monocamadas de células MDBK após três passagens consecutivas. Diante dos resultados a serem obtidos, esperamos aprimorar o diagnóstico deste patógeno emergente que acarreta perdas significativas a pecuária brasileira. (AU)