Efeitos de 12 semanas de treinamento concorrente na resposta de sinalização molecular em idosos

Resumo

É fato que nos dias de hoje a expectativa de vida da população tem aumentado. Entretanto isso não significa que vivam com boa qualidade de vida. Pelo contrário, com o processo de envelhecimento, comorbidades como a sarcopenia, e o aumento dos fatores de riscos cardiovasculares são intimamente ligados a dependência funcional do idoso, e por isso tem sido foco de estudo. Para que sejam atenuados os efeitos deletérios do envelhecimento, recentemente algumas diretrizes têm indicado a realização do treinamento concorrente (TC) que é a execução do treinamento de força (TF) e do treinamento aeróbio (TA) em uma mesma unidade de treinamento, com a finalidade de induzir as melhores adaptações provindas dos diferentes tipos de treinamento. Entretanto, a realização do TC pode levar o surgimento de um fenômeno denominado de "efeito da interferência", prejudicando o desenvolvimento da área de secção transversa (AST) do músculo. Quando realizado em idosos, alguns estudos demonstraram que esse fenômeno prejudica principalmente as fibras do tipo II, mais responsivas aos estímulos do TF. No entanto, a luz da literatura atual, somente encontramos especulações sobre os mecanismos envolvidos no efeito da interferência do treino. Recentemente foi demonstrado que proteínas envolvidas na síntese proteica (Akt, mTOR, e p70S6K1, HSP70) respondem diretamente ao estímulo especifico do TF. Por outro lado, o TA leva a uma adaptação antagônica, aumentando a expressão de proteínas envolvidas na manutenção de energia da célula muscular como a AMPK. Contudo, o aumento da expressão gênica e protéica da AMPK inibe a expressão das proteínas responsáveis pela síntese proteica, podendo assim prejudicar o desenvolvimento da AST. Nesse sentido o presente estudo tem como hipótese que se encontrarmos a expressão de AMPK significativamente aumentada teremos como resultado o surgimento do efeito da interferência e como conseqüência o prejuízo no desenvolvimento da AST, principalmente das fibras tipo II de indivíduos idosos. Para isso tem-se como objetivo verificar se a interferência do TC pode ser explicada pelas alterações das vias de sinalização molecular após 12 semanas de treinamento em indivíduos idosos. (AU)