Infecção de Tecidos Linfoides por Vírus Respiratórios Pandêmicos: SARS-CoV-2 e Influenza A H1N1

Resumo

Vírus respiratórios são os mais frequentes patógenos humanos, e dentre eles destacam-se pelo seu potencial pandêmico e sua elevada patogenicidade os vírus influenza A e os coronavírus. Recentemente, um novo betacoronavírus denominado SARS-CoV-2, tem se espalhado por todo o mundo, com grande impacto social, e mais de 4,5 milhões de casos. SARS-CoV-2 causa grave síndrome respiratória e já há evidências de que também acometimento múltiplos órgãos, inclusive órgãos linfoides secundários, com consequente linfopenia. Já os vírus influenza A (IAV) causam surtos sazonais anuais de influenza, mas também podem causar pandemias quando novas linhagens de vírus são introduzidas em populações humanas. Estudos do nosso grupo têm mostrado elevada frequência de detecção de vírus respiratórios em geral em tonsilas de crianças com hipertrofia adenotonsilar, mas sem sintomas de infecção respiratória aguda, e IAV e os coronavírus endêmicos estão entre eles. Os dados já foram confirmados por outros grupos, e indicam que os vírus respiratórios podem permanecer por períodos prolongados nos tecidos linfoepiteliais do trato respiratório superior. Portanto, é razoável propor a hipótese de que a permanência desses vírus pode desempenhar papel na sua patogênese e ser potencial fonte de transmissão na comunidade. Nesse sentido, o projeto visa a compreensão da patogênese viral do vírus IAV e SARS-CoV-2 em tecidos linfoides. Como objetivos, a proposta abrangerá a caracterização fenotípica e funcional de células infectadas, produção de citocinas e infecção experimental de modelos animais com IAV e SARS-CoV-2, para avaliar os efeitos da infecção em funções de células linfoides, e a infecção prolongada em tempos tardios.