Líquidos iônicos próticos como inibidores de hidratos

Resumo

Hidratos são soluções sólidas formadas por moléculas de água organizadas em gaiolas que aprisionam gases. Apesar de serem vistos como solução em muitas áreas, essas estruturas causam sérios problemas na indústria do petróleo. Sua formação em tubos, conexões e válvulas pode obstruir o fluxo de óleo e causar ruptura da linha. Por isso, há muitos investimentos das indústrias de petróleo que visam evitar a formação de hidratos. Uma maneira de evitá-los é através da injeção de inibidores termodinâmicos de alta dosagem para distanciar as condições favoráveis à formação de hidratos das condições operacionais. Ainda, inibidores de hidratos de baixa dosagem podem ser injetados para retardar a formação de hidratos ou evitar agregação e formação de plugs, em situações em que não é possível evitar o aparecimento dos hidratos. No entanto, inibidores comerciais atuais ainda apresentam desvantagens, como alta volatilidade, altos custos de regeneração e altos custos materiais. Por isso, há interesse no desenvolvimento de novos inibidores, e a literatura apresenta líquidos iônicos (LIs) como inibidores em potencial. Porém, poucos autores investigaram líquidos iônicos próticos (LIPs) como possíveis inibidores, apesar de seu baixo custo e fácil síntese. O objetivo do projeto FAPESP atrelado a esta proposta de BEPE é de identificar LIPs capazes de agir como inibidores de hidratos a partir do estudo do comportamento desses LIPs em meio aquoso. Nove possíveis inibidores foram selecionados para este estudo. Porém, um importante passo desta pesquisa está em verificar o efeito desses LIPs na formação de fato do hidrato. Isso pode ser alcançado pela estadia na Colorado School of Mines, no Phases to Flow Laboratory, que possui infraestrutura e expertise que permitem a execução dos testes necessários à realização desta pesquisa de doutorado. (AU)