Novas abordagens a partir da taxonomia e diversidade de moscas necrófagas (Diptera, Calyptratae): o que a biologia tem a oferecer à segurança pública na resolução de casos forenses

Resumo

Os insetos e outros artrópodes, quando associados aos corpos em decomposição, podem auxiliar o andamento ou conclusão de um processo investigativo. As principais aplicações dentro das ciências forenses dizem respeito à estimativa do intervalo pós-morte (IPM), inferir se houve movimentação do corpo, e investigar possível causa da morte. Para definir esses parâmetros, a identificação taxonômica é essencial, assim como a determinação da idade dos estágios imaturos do inseto que se encontrava associado a um cadáver. Alguns dos desafios no uso dos vestígios entomológicos na prática pericial estão relacionados à fatores intrínsecos como a alta diversidade de espécies de moscas, principalmente na região Neotropical, bem como ao impedimento taxonômico e à escassez de informações básicas disponíveis aos peritos e aos órgãos judiciais responsáveis pelas perícias técnicas em uma cena de crime. A elaboração de chaves de identificação para as formas imaturas, a obtenção de sequências de DNA para identificação molecular, as caracterizações morfológicas através de interpretações morfométricas para diagnóstico e estimativa de idade do inseto, a geração de mapas de distribuição e a criação de bancos de dados de imagens, tanto para espécimes adultos quanto imaturos, que constituem objetivos desta proposta, além de se constituírem como ferramentas facilitadoras para a perícia entomológica forense, poderão representar uma grande contribuição para o conhecimento da diversidade da fauna necrófaga da América do Sul. Adicionalmente, servirão de subsídio para a promoção de futuros estudos no âmbito forense. (AU)