Método para encontrar canais de EEG com baixa variabilidade para detecção de imagética motora

Resumo

Uma Interface Cérebro-Computador (ICC) registra atividades cerebrais e, em tempo real, as transforma em comandos para um computador. A técnica mais comumente empregada para registrar sinais cerebrais em ICCs é a eletroencefalografia (EEG). Embora muitos avanços estejam ocorrendo em termos de hardware e técnicas computacionais para desenvolver uma ICC que seja aplicável na prática, esse objetivo ainda não foi alcançado. A razão principal, possivelmente, é a variabilidade dos sinais de EEG. Isso significa que os sinais referentes a execução de uma dada tarefa variam ao longo de sucessivas execuções, tanto interindivíduos como até intraindivíduo. Com isso, é extremamente difícil obter acurácia suficiente na detecção dessas atividades em tempo real, para aplicação em uma ICC. Isso ocorre porque não é possível medir atividades cerebrais localizadas com essa técnica, principalmente devido à baixa resolução espacial do EEG e ao fato de não haver um local para se posicionar o eletrodo de referência que seja eletricamente neutro ou constante. As principais estratégias encontradas na literatura científica para lidar com esses desafios acabam por introduzir outras fontes de incertezas que também causam variabilidade. O presente trabalho propõe um método para selecionar pares de eletrodos que constituam canais de EEG com baixa variabilidade, sem aplicar técnicas matemáticas ou estatísticas que modifiquem os sinais introduzindo outras fontes de incertezas. Com isso, espera-se mapear a ativação do córtex durante a realização de uma tarefa e, a partir dessas informações, detectar a imagética motora. Caso seja obtido sucesso nessa etapa, o presente projeto permitirá dar novos passos em direção ao uso prático das ICCs para reabilitação.