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(Referência obtida automaticamente do Web of Science, por meio da informação sobre o financiamento pela FAPESP e o número do processo correspondente, incluída na publicação pelos autores.)

Uso da zona de amortecimento de uma Unidade de Conservação de Cerrado por mamíferos

Texto completo
Autor(es):
Paolino, Roberta Montanheiro [1] ; Versiani, Natalia Fraguas [1] ; Pasqualotto, Nielson [1] ; Rodrigues, Thiago Ferreira [1] ; Krepschi, Victor Gasperotto [2] ; Chiarello, Adriano Garcia [1]
Número total de Autores: 6
Afiliação do(s) autor(es):
[1] Univ Sao Paulo, Fac Filosofia Ciencias & Letras, Dept Biol, Av Bandeirantes 3900, BR-14040901 Ribeirao Preto, SP - Brazil
[2] Univ Estadual Paulista, Inst Biociencias, Dept Ecol, Rua 24A, 1515, BR-13506900 Rio Claro, SP - Brazil
Número total de Afiliações: 2
Tipo de documento: Artigo Científico
Fonte: Biota Neotropica; v. 16, n. 2 APR-JUN 2016.
Citações Web of Science: 4
Resumo

A perda e degradação de habitat têm ameaçado os mamíferos no mundo todo. Dessa forma, a criação de Unidades de Conservação (UC) faz-se cada vez mais fundamental para sua preservação. Entretanto, estratégias de manejo são necessárias para que as UCs cumpram plenamente seus objetivos, tal como o estabelecimento de uma zona de amortecimento ao seu redor, a qual aumenta a área de habitat protegido e visa servir como barreira a impactos negativos externos. Contudo, o uso das zonas de amortecimento por mamíferos terrestres permanece pouco estudado, particularmente no Neotrópico. Com o objetivo de analisar o uso de uma zona de amortecimento (5 km de extensão) por mamíferos de médio e grande porte, nós modelamos a probabilidade de ocupação de cinco espécies de interesse conservacionista, incluindo local (interior e zona de amortecimento) como uma covariável de sítio, controlando, simultaneamente, as imperfeições na detecção. Os dados foram coletados por meio de armadilhamento fotográfico de abril a setembro de 2013 em uma UC de Cerrado de 9000 ha e em 39721,41 ha do seu entorno. A área de estudo (Estação Ecológica de Jataí) está imersa em uma paisagem de matriz canavieira no nordeste do estado de São Paulo. Nós também realizamos um inventário a fim de comparar a riqueza e a composição de espécies no interior e na zona de amortecimento. Foi registrado um total de 31 espécies (26 nativas), incluindo aquelas amostradas apenas por identificação de vestígios, de vocalizações e por observação direta. As estimativas de ocupação para Myrmecophaga tridactyla, Leopardus pardalis e Pecari tajacu foram numericamente maiores no interior, enquanto Chrysocyon brachyurus obteve a maior estimativa de ocupação na zona de amortecimento. Já o maior predador, Puma concolor, utilizou ambas as áreas de forma semelhante. Entretanto, como houve sobreposição entre os intervalos de confiança (95%), as diferenças nas probabilidades de ocupação entre interior e zona de amortecimento foram fracas para as cinco espécies analisadas. Além disso, considerando apenas as espécies registradas por armadilhamento fotográfico, a riqueza observada e a estimada foram similares no interior e na zona de amortecimento da UC. Nossos dados demonstraram que a zona de amortecimento é de fato utilizada por várias espécies de mamíferos de médio e grande porte, incluindo aquelas prioritárias para a conservação. Portanto, a falta de cumprimento da legislação vigente em relação ès zonas de amortecimento é uma ameaça real para as espécies de mamíferos, mesmo quando a proteção é garantida no interior das UCs. (AU)

Processo FAPESP: 11/22449-4 - Conservação do tamanduá-bandeira nos remanescentes de cerrado do Nordeste do estado de São Paulo: ocupação da paisagem em uma região de agricultura intensiva
Beneficiário:Adriano Garcia Chiarello
Modalidade de apoio: Auxílio à Pesquisa - Regular