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Os ethos do trabalho: sobre a insegurança ontológica na experiência atual com o trabalho

Texto completo
Autor(es):
Bendassolli, Pedro Fernando
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: São Paulo. [2006]. 257 f.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Instituto de Psicologia
Data de defesa:
Membros da banca:
Malvezzi, Sigmar; Mello, Sylvia Leser de; Sato, Leny; Valverde, Antonio José Romera; Wood Junior, Thomaz
Orientador: Malvezzi, Sigmar
Área do conhecimento: Ciências Humanas - Psicologia
Indexada em: Banco de Dados Bibliográficos da USP-DEDALUS; Biblioteca Digital de Teses e Dissertações - USP; Index Psi Teses - IP/USPPsi-Teses Logo
Localização: Universidade de São Paulo. Biblioteca do Instituto de Psicologia; BF698; B458e
Notas: Trabalho iniciado como bolsa de mestrado
Resumo

Durante boa parte dos dois últimos séculos o relacionamento entre o sentido que uma pessoa dava de si mesma, sua identidade, e o trabalho pago que ela desempenhava durante a vida era fonte de relativa estabilidade e segurança. Trabalho e identidade arranjaram-se como duas realidades intrinsecamente relacionadas. Contudo, nas últimas décadas tornou-se comum a crença de que chegamos a seu fim. De acordo com essa perspectiva, o trabalho teria perdido sua centralidade no processo de constituição da identidade. Ao mesmo tempo, existem crenças que defendem o inverso, de que ele continua central. Nosso objetivo neste estudo foi recolocar o debate sobre a centralidade ou o fim do trabalho à luz de uma outra perspectiva. Buscamos identificar quais as razões de o trabalho ter sido associado à identidade e o que vem ocorrendo quando essa associação tornou-se problemática. Para reconstruir esse trajeto, em primeiro lugar definimos, analiticamente, como ontologia do trabalho a sua forte associação com a identidade. Em seguida, usando de uma argumentação baseada no pragmatismo, demonstramos que tal ontologia dependeu, para sua emergência, primeiro de um arranjo institucional em que o trabalho se firmou como central do ponto de vista econômico, moral, ideológico, filosófico e contratual e, segundo, das principais crenças do projeto moderno de construção da identidade, no qual esta se constrói em referência a algo extrínseco, por exemplo, o trabalho. Em um terceiro momento mostramos que a ontologia do trabalho foi submetida a um forte questionamento na segunda metade do século vinte, processo ao qual muitos denominam, erroneamente, de morte do trabalho. Como conseqüência, mostramos que é a ambigüidade que caracteriza a relação com o trabalho hoje. Ela é causada pela coexistência de vários ethos, cada um dos quais reservando para si uma definição específica sobre o valor e sentido do trabalho na definição da identidade... (AU)