Fluoxetina: indícios de uso inadequado

Autor(es)

Elisaldo A. Carlini ^[1] ; Ana Regina Noto ^[2] ; Solange Aparecida Nappo ^[3] ; Zila van der Meer Sanchez ^[4] ; Vera Lúcia da Silva Franco ^[5] ; Luiz Carlos Franco Silva ^[6] ; Vilmar Ezequiel dos Santos ^[7] ; Décio de Castro Alves ^[8]

Afiliação do(s) autor(es)

^[1] Universidade Federal de São Paulo. Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas. Departamento de Psicobiologia - Brasil

^[2] Universidade Federal de São Paulo. Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas. Departamento de Psicobiologia

^[3] Universidade Federal de São Paulo. Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas. Departamento de Psicobiologia

^[4] Universidade Federal de São Paulo. Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas. Departamento de Psicobiologia

^[5] Prefeitura Municipal de Santo André. Secretaria da Saúde. Departamento de Assistência à Saúde

^[6] Prefeitura Municipal de Santo André. Secretaria da Saúde. Departamento de Assistência à Saúde

^[7] Prefeitura Municipal de Santo André. Secretaria da Saúde. Departamento de Assistência à Saúde

^[8] Prefeitura Municipal de Santo André. Secretaria da Saúde. Departamento de Assistência à Saúde

• Tipo de documento: Artigo Científico
• Fonte: Jornal Brasileiro de Psiquiatria; v. 58, n. 2, p. 97-100, 2009-00-00.
• Área do conhecimento: Ciências Humanas - Psicologia
• Assunto(s): Psicobiologia Uso de medicamentos Perda de peso Antidepressivos Fluoxetina

Resumo

OBJETIVO: Investigar o uso da fluoxetina na cidade de Santo André, SP, por meio de coleta e análise das receitas especiais (RE) prescritas por médicos e arquivadas nas farmácias e drogarias daquela cidade. MÉTODOS: Foram coletadas as receitas especiais retidas durante os meses de agosto do ano de 2005 a julho de 2006, em 13 farmácias de manipulação e em 27 drogarias em diferentes regiões de Santo André. Cada receita especial foi analisada em relação à presença de fluoxetina, em associação ou não a outros princípios ativos, e o sexo do(a) paciente foi anotado. RESULTADOS: Foram analisadas 39.782 RE - 16.124 coletadas das farmácias magistrais e 23.658 das drogarias. Desses totais, 10.919 prescrições continham fluoxetina - 9.259 provenientes das farmácias magistrais (84,8%) e apenas 1.660 (15,2%) das drogarias. As prescrições de fluoxetina eram predominantemente destinadas a mulheres (79,8%). Na imensa maioria das RE, a fluoxetina foi prescrita em associação com um grande número de outras substâncias ativas, inclusive anfetaminas anoréticas, chegando a mais de dez outras em quase a metade das prescrições. Esse tipo de prescrição múltipla, principalmente para mulheres, é comparado com as prescrições de fórmulas magistrais para emagrecer, muito utilizadas no Brasil. CONCLUSÃO: Os dados obtidos sugerem que a utilização de fluoxetina teria um fim estético (perda de peso), e não um fim terapêutico (tratamento de depressão). Discute-se a relação risco-benefício desse possível uso, que poderia ser classificado de inadequado dado as conhecidas reações adversas da fluoxetina e a sua interferência no sistema citocromo P450. (AU)

• Processo FAPESP: 06/52344-1 - Análise e utilização de medicamentos psicotrópicos (com ênfase nos benzoazepínicos e anfetaminas-anoréticas) no município de Santo André no estado de São Paulo
• Beneficiário: Elisaldo Luiz de Araujo Carlini
• Modalidade de apoio: Auxílio à Pesquisa - Regular