Sistematização para detecção e identificação de novos alérgenos utilizando uma abordagem proteômica

Resumo

As doenças alérgicas com o envolvimento do mecanismo de hipersensibilidade do tipo I IgE são caracterizadas por um grupo heterogêneo de manifestações clínicas e atingem mais de 25% da população mundial. Os exemplos mais comuns de alérgenos são; pólen, ácaros, pêlos de animais, alimentos, fungos, venenos de insetos e medicamentos. Cada vez mais novos alérgenos têm sido identificados, entretanto, muitas fontes ainda sequer foram detectadas, principalmente em se tratando de alérgenos regionais. Além disso, novos casos de reatividade cruzada, provocados pela semelhança entre epitopos de proteínas alergênicas presentes em diferentes fontes, como ocorre por exemplo entre alérgenos do látex da borracha e algumas frutas tropicais,. Dados da literatura evidenciam que abordagens proteômicas utilizando immunoblotting bidimensional têm-se mostrado uma estratégia poderosa para a identificação de novas proteínas alergênicas. Diante do grande número de pacientes que procuram o Serviço de Imunologia Clínica e Alergia do HCFMUSP com a suspeita clínica de alergias a novos alérgenos ainda não identificados ou pouco estudados, o presente trabalho dará início ao Grupo de Estudo de Novos Alérgenos Regionais (GENAR) criando uma sistemática de estudo laboratorial para a identificação de novos alérgenos e estudos de reatividade cruzada utilizando principalmente uma abordagem proteômica. Para isso amostras de sangue de pacientes já selecionados no Hospital por apresentar alergia à mandioca serão utilizados como modelo. Tal iniciativa justifica-se pela premente necessidade clínica, tanto no diagnóstico etiológico quanto no tratamento das alergias.