Efeito dos extratos de Aloe vera e Arrabidaea chica sobre a cicatrização do tendão calcanear de ratos após transecção parcial

Resumo

A aplicação de extratos vegetais com atividades farmacológicas pode ser um campo promissor no tratamento de lesões, devido ao seu menor custo em relação aos medicamentos alopáticos e aos poucos efeitos colaterais. Estudos com extrato da Aloe vera apontam sua ação efetiva na aceleração do processo de cicatrização da derme, devido ao aumento da síntese de componentes da matriz extracelular (MEC), de ligações cruzadas entre as moléculas de colágeno, da proliferação e da migração celular para o local da lesão. Uma outra planta, a Arrabidaea chica, tem sido amplamente utilizada pela medicina popular, mas ainda faltam estudos sobre sua ação em processos de cicatrização. Ainda não foram realizados estudos sobre o efeito de extratos de plantas em tecidos eminentemente fibrosos e altamente organizados, como o tendão calcanear. Portanto, o presente estudo propõe investigar os efeitos da aplicação tópica dos extratos da A. vera e A. chica sobre tendões de ratos parcialmente transeccionados, após 7, 14 e 21 dias de tratamento. Além da aquisição de conhecimento básico sobre o efeito de extratos vegetais em tecido fibroso, vale ressaltar a potencial aplicação desses extratos em pacientes que tenham sofrido lesões em tendões. No caso do tendão calcanear, cuja principal função é a de promover o movimento da articulação talocrural, as lesões são comuns e decorrentes tanto de atividades desportivas como cotidianas. Seu processo de cicatrização é reconhecidamente um problema clínico sério, pois torna o tendão mais vulnerável a danos adicionais devido à alteração na organização e proporção dos diferentes componentes da MEC. Em nosso trabalho serão realizados ensaios bioquímicos, estruturais e imunocitoquímicos. As proteínas serão analisadas por SDS-PAGE, os glicosaminoglicanos (GAGs) em gel de agarose e as metaloproteases através da zimografia. Serão realizadas as dosagens de proteínas, hidroxiprolina e GAGs. Cortes do tecido serão corados com PSS, para medidas de dicroísmo linear, HE e AT. Colágeno tipo I e III serão detectados por imunocitoquímica. (AU)