Efeito da atmosfera enriquecida de CO2 no crescimento e na produção de aleloquímicos por Aulonemia aristulata (Döll) MacClure

Resumo

O aumento do CO2 na atmosfera, em decorrência do aumento de emissões de gases de efeito estufa, tem implicações diretas sobre as plantas, pois altera a produção de metabólitos secundários baseados no carbono. Plantas fixam o carbono durante a fotossíntese e o incorporam a sua biomassa contribuindo para a diminuição da concentração de CO2 atmosférico. Tem-se, portanto, que, uma maior disponibilidade de carbono na atmosfera possa induzir a formação de metabólitos secundários. Devido ao grande potencial de produção de biomassa e de aleloquímicos, bambus podem ter um grande papel frente às mudanças na disponibilidade de CO2 na atmosfera, o que poderia afetar de maneira direta a composição e a estrutura, em áreas onde sua ocorrência é natural. Bambus apresentam uma grande amplitude ecológica em resposta às perturbações do dossel e podem se tornar espécies dominantes no sub-bosque devido à sua abundância e efeito potencial sobre a taxa e a composição da regeneração florestal em clareiras. Alguns bambus dependem de grandes distúrbios para o recrutamento de novos indivíduos e subseqüente persistência populacional, crescendo mais vigorosamente e produzindo mais biomassa em áreas abertas do que sob o dossel da floresta. Além disso, algumas espécies comprovadamente produzem aleloquímicos, derivados do metabolismo secundário que impedem a germinação e crescimento de outras espécies. Dentro desta perspectiva, o objetivo principal deste estudo é avaliar o efeito do enriquecimento atmosférico com CO2 no crescimento e na produção de metabólitos secundários em Aulonemia aristulata, uma espécie de bambu nativo da Mata Atlântica. (AU)