Influência dos níveis de sal no perfil renal e na função cardiovascular em um modelo experimental de resistência à insulina: papel do sistema renina-angiotensina

Resumo

O risco para o acometimento de doenças cardiovasculares aumenta progressivamente quando há a associação em um mesmo indivíduo de fatores de risco isolados como resistência à insulina, hiperinsulinemia, dislipidemia e hipertensão arterial. Em animais, administração de uma dieta rica em frutose ou a adição de frutose na água de beber, inicia uma série de eventos metabólicos resultando em hipertrigliceridemia, hipertensão arterial, resistência à insulina e intolerância à glicose. Essas alterações metabólicas e fisiológicas são semelhantes às encontradas no quadro clínico característico da síndrome metabólica humana. Existe uma estreita relação entre o metabolismo de glicose e o sistema renina angiotensina (SRA). Diferentes estudos têm demonstrado que o aumento do consumo de frutose promove ativação do SRA contribuindo para o aumento da pressão arterial verificado nesse modelo. Diversos estudos sugerem que o manejo do sódio está envolvido na patogênese da hipertensão arterial, assim como alterações no balanço homeostático do SRA. Além disso, pacientes diabéticos são freqüentemente sensíveis a dietas ricas em sal e seu acréscimo na dieta pode predispor a complicações renais e resultar em aumentos de pressão arterial e risco de eventos cardiovasculares. Estes dados em conjunto sugerem que a associação de diferentes fatores de risco cardiovascular, tais como a ingesta de frutose e sal em um mesmo indivíduo, pode potencializar as alterações na função renal e cardiovascular. Portanto, o objetivo do presente estudo será investigar a associação de dois fatores de risco cardiovascular, sobrecarga salina e frutose, nos parâmetros cardiovasculares e na função renal em ratos tratados cronicamente desde o desmame até 8 semanas e o papel do SRA na homeostase cardiovascular e renal. (AU)