Efeitos do ataque químico nos minerais apatita e zircão e suas implicações no Método de Traços de Fissão: Geocronologia da Serra da Canastra.

Resumo

Pretende-se estudar os efeitos do ataque químico em apatita e zircão e suas implicações no Método de Traços de Fissão (MTF). Para tanto fazer-se-á a caracterização dos minerais mencionados através de Microscopia Ótica, Espectroscopia micro-Raman e Microscopia Eletrônica de Varredura com Energy Dispersive Spectroscopy (MEV/EDS), assim como uma análise teórica-experimental dos diferentes fenômenos físico-químicos que ocorrem na cristalização natural de cada mineral. Estes procedimentos visam determinar a relação entre o ataque químico utilizado para revelar os traços de fissão e as características cristalográficas dos mesmos. A densidade de traços de fissão observada na superfície dos grãos destes minerais pode variar devido a alterações naturais tanto da composição química quanto da rede cristalina. No caso do zircão (e menos frequente na apatita) se observa que em alguns grãos a densidade dos traços de fissão é anisotrópica, ou seja, em algumas áreas da superfície do mesmo grão a densidade é diferente. Isso pode acontecer devido à incorporação de outros minerais na época da cristalização, os quais se pretendem identificar e caracterizar, ou mesmo das condições naturais da cristalização em si. A caracterização da superfície dos grãos via espectroscopia Raman será realizada com o apoio do Prof. Dr. Carlos José Leopoldo Constantino, responsável pelo Laboratório de Espectroscopia Raman e as análises de MEV com a colaboração do Prof. Dr. Neri Alves, responsável pelo laboratório de MEV, ambos com sede no DFQB/FCT- UNESP de Presidente Prudente. O objetivo maior deste trabalho é dar continuidade ao aprimoramento do MTF nestes minerais, que será utilizado para determinar tanto a idade quanto a história térmica dos embasamentos localizados na Serra da Canastra, na região de Passos e Franca, entre os estados de Minas Gerais e São Paulo. Adicionalmente, o Método de Datação U/Pb (LA-ICP-MS) será aplicado aos grãos de zircão coletados na referida localidade. Assim, será obtido, simultaneamente, um conjunto de idades via MTF e U/Pb nos mesmos grãos de zircão. Isso permitirá fazer um estudo geocronológico mais abrangente do Grupo Bauru, através da comparação das idades previamente obtidas nesta unidade geológica com aqueles a serem obtidos na Serra da Canastra. Ou seja, será possível fazer uma correlação Fonte-Bacia, já que a região da Serra da Canastra pode ser uma importante fonte de drenagem que veio a formar o Grupo Bauru, localizado ao norte da Bacia do Paraná. Para atingir este objetivo, 40 amostras serão coletadas em perfis previamente estabelecidos, dando-se preferência a pontos localizados nas proximidades de falhas geológicas.