Economias de aglomeração e sorting na determinação espacial de salários dos trabalhadores do Brasil

Resumo

O objetivo do projeto é identificar a contribuição dos ganhos de aglomeração (prêmio salarial urbano) e do sorting para a determinação espacial de salários no Brasil. Dados da Raismigra-MTE mostram que o salário real da Paraíba, em 2008, correspondia a somente 59% do salário de São Paulo. Tal diferencial salarial persistente no Brasil tem incitado pesquisas em Economia do Trabalho para identificar os seus determinantes, tais como os custos de vida e as características dos trabalhadores e do emprego. Embora as equações salariais tenham ampliado o número e a qualidade dos controles, tais como as habilidades observadas e não observadas dos trabalhadores, existem efeitos de localização associados às firmas e trabalhadores que permanecem sem explicação. Estudos de Economia Regional e Urbana passaram a dar enfoque às economias de aglomeração como determinante salarial, a partir de Glaeser e Maré (1994; 2001). No Brasil, existem poucos estudos relacionando economias de aglomeração e salários. Por sua vez, a maior produtividade em áreas urbanas densas pode ser atribuída à concentração (seleção) de trabalhadores mais habilidosos e firmas mais produtivas, um fenômeno conhecido na literatura como sorting. A literatura internacional tem avançado no controle do sorting na determinação salarial. Os estudos no Brasil controlam somente uma parte deste. Desse modo, este projeto tem como justificativa contribuir para a literatura nacional no controle do sorting e dos ganhos de aglomeração sobre os salários. O modelo econométrico propõe controlar as habilidades observadas e não observadas dos trabalhadores, os efeitos de firma e de localização e as características do emprego. A pesquisa propõe o uso de microdados da Raismigra-MTE, para estimar equações mincerianas ampliadas. (AU)