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Economias de aglomeração e heterogeneidade de trabalhador e firma na determinação de salários no Brasil

Texto completo
Autor(es):
Diana Lúcia Gonzaga da Silva
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: São Paulo.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA/SBD)
Data de defesa:
Membros da banca:
Carlos Roberto Azzoni; André Luis Squarize Chagas; Ricardo da Silva Freguglia; Naercio Aquino Menezes Filho; Leonardo Monteiro Monasterio
Orientador: Carlos Roberto Azzoni
Resumo

O objetivo desta tese é identificar a contribuição dos efeitos de aglomeração e do sorting espacial, associado às heterogeneidades não observadas dos trabalhadores e firmas, para a determinação dos salários individuais e dos salários locais nos arranjos populacionais do Brasil. Os dados do mercado de trabalho (RAIS-MTE) mostram que existe um diferencial espacial de salários, o qual pode ser explicado pelas distintas composições produtivas e de trabalhadores entre os locais e pelos diferenciais de custo de vida. A disponibilidade crescente de micro dados longitudinais permitiu a inclusão das habilidades não observadas individuais na equação de salários. Os estudos da Economia do Trabalho mostram que as habilidades são responsáveis por uma grande parcela dos diferenciais de salários. No entanto, os estudos nacionais ainda encontram um diferencial significativo, mesmo após o controle dos componentes individuais e do custo de vida, sugerindo a existência de efeitos específicos associados à localização das firmas e dos trabalhadores. A Economia Urbana considera as economias de aglomeração como um determinante salarial relevante nos mercados de trabalhos densos, particularmente a partir dos trabalhos de Glaeser e Maré (1994; 2001). Por sua vez, a maior produtividade das áreas densas pode ser atribuída à concentração de trabalhadores e firmas mais produtivos, o que ficou conhecido nessa literatura como sorting. Os estudos da Economia Urbana controlam somente o sorting dos atributos individuais não observados. Este trabalho contribui com a literatura ao considerar o sorting espacial dos atributos não observados das firmas e dos trabalhadores na determinação dos salários e dos efeitos de aglomeração. O estudo utiliza um modelo de decomposição salarial para lidar com múltiplos efeitos fixos no painel pareado de trabalhadores e firmas. Os efeitos puros da aglomeração (densidade) sobre os salários locais serão estimados em um modelo de dois estágios. O primeiro estágio estima uma equação salarial incluindo as características observadas dos trabalhadores e do emprego e os efeitos de localização, com um painel de micro dados da RAIS (2002-2014). O segundo estágio realiza a decomposição dos efeitos de localização em componentes associados às características locais dos arranjos e aos atributos não observados das firmas e dos trabalhadores. A estratégia de identificação propõe o controle dos efeitos fixos dos trabalhadores e firmas e o uso de variável instrumental para identificar os efeitos da aglomeração. Ademais, os dados de satélite sobre a luminosidade noturna são usados para estimar a proporção da área total dos arranjos habitada, a qual é utilizada para calcular a densidade. Os resultados mostraram que os efeitos do trabalhador foram mais relevantes do que os efeitos da firma para explicar a variação dos salários individuais e locais. O modelo principal, que utiliza o instrumento Bartik e a área iluminada, encontrou um efeito da densidade sobre os salários locais de 4,9%, o qual é superior ao lower bound da literatura prévia (3%). Os resultados sugerem que ignorar as limitações indicadas neste estudo pode levar a uma subestimação nas estimativas dos efeitos da densidade (AU)

Processo FAPESP: 14/03077-7 - Economias de aglomeração e sorting na determinação espacial de salários dos trabalhadores do Brasil
Beneficiário:Diana Lúcia Gonzaga da Silva
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado