Dinâmica de antimicrobianos macrolídeos em solos

Resumo

Fármacos veterinários têm sido amplamente empregados no setor agropecuário para garantir a saúde animal, permitindo o crescente desempenho do Brasil na produção e exportação de alimentos de origem animal. Entretanto, os fármacos não são completamente metabolizados, sendo excretados via urina e/ou fezes, permitindo que grandes quantidades de fármacos, metabólitos e/ou produtos de degradação sejam lançadas no ambiente a cada ano, podendo acumular no solo, nas plantas e serem transportadas para corpos d'água. Sendo o solo uma importante via de entrada dos fármacos no ambiente, é necessário compreender sua dinâmica, uma vez que compostos com alta capacidade de sorção tendem a se acumular em solos e sedimentos, e aqueles com baixa capacidade de sorção serão lixiviados e poderão contaminar águas subterrâneas, superficiais e até mesmo a água potável. No caso de antimicrobianos, uma preocupação adicional é a seleção de bactérias resistentes, resultando em uma dificuldade cada vez maior de se tratar as enfermidades por elas causadas. Atualmente, muito pouco se sabe sobre a dinâmica destes compostos, especialmente em ambientes tropicais e temperados do hemisfério sul, uma vez que a maioria das pesquisas é oriunda de países de clima temperado do hemisfério norte. Essas informações são necessárias para avaliações de riscos ambientais e para o desenvolvimento de tecnologias capazes de remover e/ou tratar os resíduos de fármacos presentes no ambiente. Desta forma, este projeto de pesquisa pretende realizar um levantamento de informações sobre a comercialização, o emprego e a dosagem de antimicrobianos veterinários da classe dos macrolídeos, assim como desenvolver e validar métodos para determinação destes em matrizes ambientais e avaliar os processos de adsorção/dessorção destes compostos e seus produtos de degradação natural em solos característicos do estado de São Paulo.